Política Titulo Eleição
Dedé e Volpi lutam contra sina em Ribeirão Pires

Há 30 anos um prefeito não elege seu indicado à sucessão

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
02/07/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Clóvis Volpi (PV) e Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), têm paradigma para quebrar na eleição em Ribeirão Pires. Há 30 anos um prefeito não consegue eleger sucessor na cidade. Para colocar ponto final nessa sina, o chefe do Executivo aposta na boa avaliação do governo para emplacar o indicado à sucessão.

Periodicamente, a administração Volpi encomenda pesquisas para medir a aprovação da gestão. Os resultados são mantidos em sigilo, mas fontes ouvidas pelo Diário garantem que os números empolgam.

A dificuldade em fazer sucessor na cidade é justificada pela polarização de dois grupos políticos desde a década de 1970: os comandados pelos ex-prefeitos Valdírio Prisco e Luiz Carlos Grecco, que se revezaram no poder até 1996.

O fracasso em eleger indicado da administração teve início com Grecco. Ele indicou José Valdemar Romaldinni para disputar o pleito de 1982. Na ocasião, Prisco chegava ao poder pela segunda vez – o primeiro mandato foi de 1973 a 1976.

Para a eleição de 1988, Ricardo Nardelli, pai do atual secretário de Governo, Nonô Nardelli, foi o escolhido pelo grupo de partidos alinhados com a gestão. Mas a derrota foi inevitável e Grecco retornou à Prefeitura para exercer seu segundo mandato.

Em 1992, foi a vez de Luzia Grunho ser a indicada de Grecco para concorrer ao Paço e o grupo político da administração teve de amargar derrota para Prisco, que conquistava pela terceira vez o posto de prefeito.

Quatro anos depois a tradição continuou, mas com outro ator no cenário. A divisão no ninho governista ocasionou derrota histórica para o PT, que colocou Maria Inês Soares para a briga.

Prisco indicou o então vereador Jorge Mitidiero para a disputa com a petista. “O PT ganhou por conta da briga dos dois grupos (Grecco e Prisco). A composição deles foi muito briguenta, complicada”, recordou Volpi.

Maria Inês conseguiu se reeleger tranquilamente em 2000, emplacando derrota à Prisco. Contudo, em 2004, mais uma vez a história política de Ribeirão sofreu modificação.

Jair Diniz (PT), vice da prefeita petista, foi indicado por ela para manter o partido no poder. A eleição estava favorável para Prisco, que dias antes do pleito estava na frente nas pesquisas, seguido por Volpi. “Ninguém esperava que eu fosse ganhar”, lembrou o atual prefeito. Diniz acabou em terceiro lugar.

O chefe do Executivo ressaltou que os 30 anos “não são uma profecia”. “Acho que não tem nada a ver essa história. Depende muito do momento da cidade, da avaliação de cada candidato. São fatores circunstanciais.”

Dedé analisou que Prisco e Grecco tinham intenção de voltar ao poder e por isso a ascensão de um indicado não era prioridade. “Eles queriam tanto que aconteceu por duas vezes com um (Grecco) e três vezes com outro (Prisco)”, recordou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;