Política Titulo Combate à pandemia
Dívida de R$ 11 mi faz Ribeirão temer falta de kit entubação

Governo Volpi apura passivo com fornecedores de remédios e risco de desabastecimento; Kiko acusa sucessor de querer criar cortina de fumaça

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
26/04/2021 | 00:21
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Nario Barbosa/DGABC


A gestão do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), teme desabastecimento no estoque de medicamentos que compõem o denominado kit entubação diante de dívidas com fornecedores de remédios acumuladas pelo antecessor, Adler Kiko Teixeira (PSDB). A Secretaria de Saúde apurou passivo de R$ 11,5 milhões com empresas contratadas pelo município. Para o tucano, o governo atual tenta criar “cortina de fumaça” para desviar foco de má administração.

Levantamento feito pelo governo Volpi, ao qual o Diário teve acesso, mostrou pendências financeiras com 25 fornecedoras de fármacos para a rede pública de Ribeirão. Entre as empresas há uma drogaria localizada dentro de uma unidade da rede de supermercados Lourencini em Rio Grande da Serra. A rede pertence ao empresário José Roberto Lourencini, correligionário de Kiko e que concorreu à Prefeitura de Mauá no ano passado.

A celeuma se dá, conforme Volpi, porque a maioria desses contratos vence apenas em junho e essas fornecedoras têm se recusado a vender os medicamentos para a Prefeitura de Ribeirão enquanto não receberem pelos itens negociados no passado.

Com recrudescimento do número de casos e de internações por causa da Covid-19 vislumbrado no começo do ano, cresceu a demanda pelos remédios para entubação. E projeções feitas pela administração Volpi apontam que o atual estoque – localizado no hospital de campanha – dura seis dias.

“Estamos tentando acordos com todos os fornecedores. Não temos dinheiro para pagá-los de uma só vez. Adotamos economia na Prefeitura também para não criar um desabastecimento”, comentou Volpi. “E já aviso que vou pedir empréstimo de medicamentos para Santo André, São Bernardo, São Caetano, porque há risco real de desabastecimento em Ribeirão.”

Volpi argumentou que técnicos da Prefeitura identificaram que nem todo recurso enviado pelos governos federal e estadual para combate à Covid-19 foi utilizado para este fim e que, por isso, o caso será levado ao Ministério Público. “Tenho certeza que o Kiko e o Gabriel Roncon (ex-vice-prefeito, PTB) serão penalizados pelo que fizeram. É algo inconcebível dever R$ 1,4 milhão para uma drogaria de Rio Grande da Serra. Como uma drogaria localizada em supermercado consegue vender mais barato? Se é que vendeu os remédios para valer.”

Kiko disse que, em seu mandato, Ribeirão teve papel exemplar no início da pandemia, com altos índices de isolamento, fiscalização de aglomerações e construção de hospital de campanha com 41 leitos “em tempo recorde”. “Salvamos centenas de vidas e evitamos que muitas pessoas fossem contaminadas.”

“Em menos de 100 dias a atual administração afrouxou a fiscalização, fez diversas mudanças impensadas na área da saúde e transformou a cidade em uma das que mais teve pessoas mortas por falta de atendimento. Os fatos falam por si. O que a atual gestão quer, é criar uma cortina de fumaça para para desviar o foco do que realmente está acontecendo na cidade”, disparou Kiko. 




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