Política Titulo Mauá
Neycar diz que impeachment de Atila acalmaria a cidade

Presidente da Câmara de Mauá diz que é inevitável abertura do processo de cassação do prefeito preso

Raphael Rocha
do dgabc.com.br
05/01/2019 | 07:00
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Montagem/DGABC


Presidente da Câmara de Mauá desde o dia 1º, o vereador Vanderlei Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), considerou que o impeachment do prefeito afastado de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), “acalmaria” a situação política da cidade, que, na visão dele, “anda difícil” para todos os agentes públicos do município.

Dez pedidos de cassação do socialista foram protocolados no Legislativo no ano passado, quando a Casa era administrada por Admir Jacomussi (PRP), pai de Atila. Sob gestão de Admir, nenhuma das solicitações foi analisada – o então presidente apontou falta documental nas peças. Com Neycar, sessão foi marcada para analisar os pedidos: para o dia 16, às 10h.

“Toda situação está desgastante, desgasta a cidade. Está difícil caminhar com esse problema, porque entra Atila, depois entra Alaíde (Damo, MDB, vice-prefeita e gestora em exercício do Paço), depois volta o Atila e retorna a Alaíde. Há clamor popular grande para resolver isso”, comentou Neycar. Questionado se o impeachment de Atila pacificaria o clima político, o presidente foi taxativo: “Acalmaria, sem dúvida”.

O chefe do Legislativo declarou que, com base em todas as acusações da PF (Polícia Federal), não há outra saída senão aceitar os pedidos de impeachment e dar início ao processo dentro da Casa – o que não quer dizer necessariamente que haverá impedimento do prefeito, que terá direito à defesa durante a análise na Câmara.

“Não posso falar pelos demais (vereadores), como presidente minha função é colocar (a abertura do processo) em votação. O plenário será soberano nessa questão. Eu, por exemplo, não vou antecipar meu voto. Mas acredito que a abertura do processo (de cassação) é inevitável.”

Indagado também sobre movimentações de bastidores que buscam envolver Alaíde em eventual investigação por parte da Casa, Neycar comentou que “leu alguns pedidos de impeachment” contra Atila e que nenhum “citou o nome de Alaíde”. “Estou bem tranquilo e tenho maturidade para lidar com essa situação. Minha função é legislar, não sou eu quem vai acusar esse ou aquele. Se aparecer (algo contra Alaíde), sou obrigado a colocar em votação”, disse. Na acusação da PF que baseou a Operação Trato Feito, que levou Atila à prisão pela segunda vez, Alaíde é isenta pela polícia.

O regimento interno da Câmara aponta que todo o trâmite do impedimento do prefeito precisa ser concluído em 90 dias e, para cassar o chefe do Executivo, são necessários dois terços dos votos – ou seja, 15 dos 23 vereadores precisam consentir com o impedimento de Atila.

Quando o socialista foi detido pela primeira vez, em maio, dois pedidos de impeachment foram analisados pela Casa e rejeitados com um único voto contrário, o de Marcelo Oliveira (PT). Os resultados, aliás, balizaram a PF na conclusão de que Atila pagava Mensalinho a vereadores de sua base. 




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