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ABC vê o Vale do Jequitinhonha
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
19/05/2001 | 15:08
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Uma expedição do Grande ABC, composta por um artista plástico, um fotógrafo e um pesquisador sócio-cultural, registrará as influências da arte na comunidade do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A viagem do grupo, que deve durar quase um mês, acontecerá em julho próximo. O material produzido resultará em uma exposição de caráter itinerante e literatura científica. Servirá, também, para gerar imagens para cartões postais e telefônicos, material escolar e outros objetos que se reverterão em renda para a comunidade.

A idéia do projeto, intitulado Cores da Terra, nasceu no Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior), em São Caetano. Em 1997, o centro universitário realizou, em parceria com a unidade Sesc da mesma cidade, o evento Vivo Vale. “Na ocasião, foram trazidos artistas e artesãos do Vale do Jequitinhonha que apresentaram suas produções artísticas”, conta o pesquisador Ricardo Carvalho de Almeida, 22 anos, de São Caetano.

Os outros integrantes da expedição são o artista plástico Fabrizio Dell’Arno, 23 anos, também de São Caetano, e o fotógrafo andreense Job Leocádio, 35 anos. Eles serão acompanhados por uma equipe de apoio, com cinegrafistas e técnicos. Ao todo, percorrerão cerca de 3,2 mil km de jipe.

O evento despertou o interesse pela questão da identidade cultural em Almeida e Dell’Arno – na época, estudantes de Publicidade. “Nosso objetivo é mostrar como a arte faz parte da formação social das cidades”, diz Almeida. Para ele, o vale pesquisado oferece uma característica importante para o trabalho. “O local já foi considerado uma das regiões mais miseráveis do mundo, mas sua população demonstra ter muita dignidade”, afirma.

Outras regiões do país estão na mira dos expedicionários. Para reforçar seus estudos, pensam em pesquisar o folclore de Ilhabela, no litoral de São Paulo, e as famílias da floresta do Acre. “Outra meta é a questão cultural no Grande ABC e os esforços culturais que existem aqui”, diz.

O Cores da Terra recebeu aprovação do Ministério da Cultura, por meio da lei de Mecenato. “Classificado como exposição de artes plásticas itinerante, o projeto permite às empresas a restituição de até 100% do valor investido”, diz. Segundo Almeida, o custo total do projeto está estimado em R$ 65 mil. Por enquanto, eles contam com o apoio da revista 4x4 e do Imes.

Os produtos gerados pelo projeto serão distribuídos entre centros e líderes comunitários do Vale e os patrocinadores. Outra parcela será objeto das exposições, que já estão confirmadas em alguns locais (Imes e algumas unidades do Sesc) e eventos (inauguração da Pinacoteca de São Caetano e Festival Brasil Off Road). O livro, que será um espaço de discussão a respeito das influências da arte nas comunidades, será doado a bibliotecas, universidades e centros culturais (90%) e aos patrocinadores (10%).




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