Política Titulo Ausência delas
Participação feminina segue tímida na eleição ao Paço

Por enquanto, só oito mulheres mantêm plano eleitoral; em 2012 e 2016, cinco concorreram

Daniel Tossato
do Diário do Grande ABC
23/08/2020 | 07:49
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A baixa participação feminina na política é alvo de críticas e de campanhas para que as mulheres tenham mais espaço nas discussões públicas. No Grande ABC, porém, todo esforço pouco tem se convertido em fato. Prova é que, neste período de pré-convenções, somente oito mantêm vivo sonho de serem candidatas à Prefeitura de suas cidades.

Por ora, Bete Siraque (PT-Santo André), Rafaela Boani (Psol-Diadema), Denise Ventrici (PRTB-Diadema), Vanessa Damo (MDB-Mauá), Amanda Bispo (UP-Mauá), Marisa das Casas Próprias (SD-Ribeirão Pires), Lair Moura (Avante-Ribeirão Pires) e Marilza de Oliveira (PSD-Rio Grande da Serra) seguem com os projetos eleitorais ativos.

O número não difere muito das candidaturas registradas nos dois últimos pleitos. Em 2012, cinco mulheres ingressaram na corrida – Lígia Gomes (São Bernardo), Regina Maura Zetone (São Caetano), Maridite Cristóvão de Oliveira (Diadema), Vanessa (Mauá) e Maria Inês Soares (Ribeirão). Em 2016, também foram cinco – Lucia Dal’Mas (São Caetano), Sara Jane (São Caetano), Rejane Moura (Mauá), Leo Moura (Ribeirão) e Rosana Figueiredo (Ribeirão).

Bete quebra longo hiato em Santo André. Ela será a segunda mulher, desde a redemocratização do Brasil, a buscar a Prefeitura de Santo André – antes dela, Maria Antonieta Pincerato Carreira, em 1988, concorreu ao Paço.

Conforme a petista, o pequeno aumento no número de candidatas reflete percepção da sociedade de que a maneira que o homem está fazendo política e gestão pública está no fim. “Talvez estejamos em um momento em que as pessoas se cansaram do protagonismo masculino na política”. argumentou a vereadora andreense.

Conforme a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, os partidos ainda não fizeram trabalho interno visando a formação das mulheres, principalmente aos cargos majoritários. “Há de se levar em consideração a situação da mulher, que ainda enfrenta dupla ou até tripla jornada, já que muitas vezes a mulher estuda, trabalha e ainda faz os serviços domésticos”, alegou.

Aos 21 anos e egressa do movimento de ocupação das escolas estaduais que resultou no fim do planejamento do governo paulista de fechar salas de aula, Rafaela Boani, 21 anos, aposta na responsabilidade da atividade política como incentivo para ser pré-candidata. “Neste projeto eu carrego pessoas da minha idade, pessoas que vieram antes de mim, pessoas que não tiveram seus espaços de fala”, afirmou.

A última vitória de uma mulher para comandar algum município do Grande ABC foi em 2000, quando Maria Inês, do PT, se reelegeu prefeita em Ribeirão. Antes dela, Tereza Delta (São Bernardo) e Irineia Midolli (Rio Grande) haviam triunfado.
 




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