Política Titulo
Erros do passado motivam mudanças
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
18/07/2009 | 08:47
Compartilhar notícia


Mais do que garantia de empregos, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, e o diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Diadema, José Gascon Hernandez, não querem que se repitam no município erros de um passado recente provocados pela não discussão da política urbana.

Assim justificam o pedido à Prefeitura para retirada de dez terrenos da lista dos 42 apresentados inicialmente pela administração. Desde anteontem, 32 áreas particulares e públicas serão convertidos em AEIS (Áreas Especiais de Interesse Social) no Plano Diretor da cidade.

Os terrenos abrigarão unidades de vários programas habitacionais da cidade, entre eles o Minha Casa, Minha Vida, assinado pelo governo federal.

Com a exclusão dos dez lotes do texto inicial, o Executivo evitou mexer em regiões que abrigam elevado número de indústrias. "A decisão foi de extremo bom senso, a fim de não eliminar empregos, desindustrializar e assegurar moradias com qualidade", afirmou Nobre.

Isso em razão de a Prefeitura não ter discutido antes com os empresários e o sindicato a escolha das áreas que se transformariam em interesse social. O próprio secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Márcio Luiz Vale, admitiu a falha.

 

Problemas - Nobre atribuiu ao projeto "maldiscutido" da Prefeitura a preocupação de construir moradias em regiões industriais. "Queremos debater melhor para não ocorrerem riscos de dificuldades futuras e erros passados", afirmou.

O presidente do sindicato lembrou do problema ocorrido com a unidade de estamparia da Ford, em São Bernardo, e moradores de dois residenciais construídos ao lado da montadora. O ruído e a vibração, no período noturno, implicaram em ação civil pública do Ministério Público, mudanças no funcionamento da fábrica e realocação de várias famílias.

Em 1997, no então governo tucano do ex-prefeito Maurício Soares, hoje filiado ao PT, permitiu-se a instalação dos condomínios em uma ZUPI (Zona de Uso Predominantemente Industrial). "É isso que queremos evitar em Diadema", disse Nobre.

O diretor do Ciesp também citou uma empresa metalúrgica, instalada há pelo menos 30 anos em Diadema, que teve o seu turno noturno interrompido recentemente pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). "A Prefeitura permitiu a construção de prédio particular ao lado da empresa. São cerca de 300 empregos a menos, além de nenhuma qualidade de vida para os moradores", afirmou Hernandez.

Em 27 de março deste ano, o prefeito Mário Reali (PT) passou por experiência pra lá de negativa: o incêndio no galpão da Di-All Química, no Jardim Ruyce, onde 18 casas foram interditadas pela Prefeitura.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;