O PMDB dirá ao presidente Fernando Henrique Cardoso que prestigiar ACM nesta briga será fortalecer, por tabela, seu maior adversário: o governador Itamar Franco. Como o regimento do Senado confere ao maior partido (o PMDB) a prerrogativa de comandar a Casa, ACM luta abertamente para eleger o senador José Sarney (PMDB-AP), como opçao a Jader.
A eleiçao será em fevereiro e a tese da cúpula pemedebista é a de que a eventual derrota de Jader nesta disputa poria em risco a estabilidade política do governo. Por este raciocínio, caso ACM saia vitorioso, todo o grupo de Jader, que tem o alto comando do partido, será desautorizado.
A cúpula partidária insiste na tese de que a recente crise envolvendo o ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira mostrou ao governo que ele nao pode prescindir de nenhum dos partidos que compoem sua base de apoio no Congresso. E mesmo fora do PMDB, Itamar Franco comanda um grupo de 23 dos 50 deputados federais da bancada mineira. Isto sem falar no grupo de rebeldes e insatisfeitos de outros Estados, que se abrigam em uma frente dissidente do governo federal, chamada Movimento Democrático de Base, numa referência velada ao velho MDB que combateu o regime militar no Congresso.
Na avaliaçao do dirigente do PMDB, por mais que o Planalto nao queira envolver-se na briga entre Jader e ACM, o jogo é perigoso para o governo. "O Jader só consegue manter o pulso sobre os rebeldes que pregam o rompimento com o governo Fernando Henrique porque tem força no partido e no governo", argumenta o parlamentar.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.