Dirigente estadual do partido considera parlamentar de Sto.André “liderança com grande projeção”, mas evita cravar elo junto ao petista
Dirigente do PSB no âmbito paulista, o deputado estadual Caio França admitiu aproximação com o vereador Eduardo Leite (PT), de Santo André, que na quarta-feira formalizou ação judicial, no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), requerendo autorização para desfiliação do petismo. Filho do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), Caio enalteceu a figura e atuação do parlamentar no Grande ABC, mas evitou cravar elo, adotando tom de cautela para tratar do caso. “Precisamos aguardar com respeito a definição dele e do partido, mas o considero uma liderança com grande projeção na cidade e na região.”
Sem citar nomes, o socialista reconheceu que tem conversado com “várias lideranças da cidade a partir da saída do (ex-vereador) Ailton Lima”, então presidente da executiva municipal, prefeiturável do PSB em 2020 na sucessão de Paulo Serra (PSDB) e que decidiu se desligar da legenda no fim do mês passado, deixando o comando com caminho livre. Caio pontuou manter “contato direto” com os vereadores Carlos Ferreira e Toninho Caiçara, contudo, não escondeu a simpatia pelo parlamentar petista. “Eduardo é uma liderança muito respeitada e que tenho bom contato”, pontuou. A dupla de vereadores integra a base do governo tucano.
O Diário apurou que há compromisso apalavrado do PSB para que o grupo de Eduardo Leite possa desembarcar gradativamente na sigla, à espera do vereador. O acerto deve envolver, inclusive, os principais postos na nova montagem da comissão provisória municipal. Atualmente no terceiro mandato, o parlamentar irá, por sua vez, permanecer no PT durante a tramitação do processo, no qual alega perseguição política e grave discriminação pessoal - a expectativa é que a ação transcorra por seis meses a um ano. Não existe, a princípio, intenção do petismo em selar acordo por saída harmoniosa. Cabe frisar que a sigla pode pedir a cadeira em caso de desfiliação sem justa causa por entender que o mandato é do partido.
Eduardo tem evitado fazer declarações a respeito do futuro político, ponderando que, primeiramente, pretende resolver o imbróglio no PT, sigla pela qual milita há quase 30 anos. Mas questionado especificamente sobre as sondagens do PSB, o parlamentar demonstrou interesse, especialmente ao considerar ser uma legenda “ideologicamente mais alinhada”. “É uma honra, para mim, saber que o PSB tem essa visão da minha atuação, principalmente por ser partido que considero ideologicamente muito próximo do que defendo como sociedade, e que já tem se posicionado favoravelmente por aliança (eleitoral) com (o ex-presidente) Lula (PT) em 2022.”
O petista ingressou com a processo judicial depois de cumprir dois meses de suspensão das atividades partidárias. A executiva municipal do PT votou, no começo de abril, a favor da punição de Eduardo pelo fato de ele não ter se retratado de entrevista concedida ao Diário na qual o petista teceu elogios à gestão Paulo Serra na condução da pandemia de Covid-19.
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