Política Titulo Prejuízo
Câmara ouve diretores no caso Mário Covas

Profissionais que atuam no hospital confirmam indicação unilateral ao cargo de superintendente

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
07/12/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
André Henriques/ DGABC


Comissão criada na Câmara de Santo André e que investiga possíveis ingerências da FUABC (Fundação do ABC) na indicação de médico para o comando do Hospital Estadual Mário Covas ouviu, na manhã de ontem, diretores e o atual superintendente do equipamento de saúde. O grupo confirmou que não foi ouvido sobre mudança no regimento interno, que deu poderes à presidente da instituição, Adriana Berringer Stephan, para indicar o infectologista Adilson Cavalcante para comandar o hospital a partir do ano que vem.

Segundo o presidente da comissão, o vereador Eduardo Leite (PT), a ausência da participação dos integrantes do corpo médico na escolha de um novo superintendente traz prejuízos, já que são estes profissionais que conhecem a estrutura e a dinâmica do Hospital Mário Covas.

“É um prejuízo muito grande eles sequer terem sido ouvidos. Ficou claro na reunião de hoje (ontem) que a indicação do novo superintendente foi uma decisão unilateral por parte da Fundação do ABC. A equipe deveria ter sido ouvida antes de definições tão importantes. O hospital não pode ser instrumento de interferência política”, declarou o presidente do bloco. A comissão também é formada pelos vereadores Renatinho do Conselho (Avante), Rodolfo Donetti (Cidadania) e José Teixeira Mendes, o Zezão (PDT). 

A comissão foi criada para apurar provável ingerência por parte da FUABC na indicação do superintendente do Hospital Mário Covas. Para escolher o nome para o cargo de comando sem sofrer questionamentos, a FUABC modificou regimento interno na surdina. A manobra culminou na nomeação do médico Adilson Cavalcante, ligado ao prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB). A comissão pretende verificar documentos e colher depoimento de profissionais que atuam no equipamento de saúde. O bloco não descarta convocar a presidente da FUABC, Adriana Berringer Stephan, e Cavalcante para prestarem depoimento. 

Eduardo Leite tem sustentado que a mudança no item do regimento interno deixou a indicação do nome que ocupará a superintendência do hospital menos transparente. Além disso, o vereador alega que a situação afetou a isonomia e a autonomia para a nomeação.

Outro ponto a ser apurado é possível conflito de interesses. O Diário também revelou que Cavalcante é dono de duas empresas na área médica, a despeito de o regimento interno da FUABC, da qual o médico é funcionário, proibir que seus colaboradores exerçam “quaisquer atividades que sejam incompatíveis ou conflitantes com o exercício do cargo ou função, bem como com o horário de trabalho para o qual fora contratado”.

A Fundação do ABC tem sustentado que não houve ingerência na nomeação de Cavalcante e que está à disposição da comissão de vereadores para esclarecimentos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;