Diarinho Titulo Tendência na pandemia
Colorindo as roupas

Técnica milenar de tingimento volta a brilhar entre a criançada durante período de isolamento

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
17/10/2020 | 23:59
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Personalizar a própria roupa é algo que tem divertido muitas crianças durante o isolamento físico devido à pandemia do novo coronavírus. Quanto mais cor, melhor o efeito. A técnica de amarrar a peça de roupa e criar desenhos abstratos diversos por meio do tingimento tem nome:  tie-dye. A forma de colorir é milenar, mas sempre ressurge e ganha adeptos ao longo dos anos. Larissa Soares de Almeida, 12 anos, de São Bernardo, foi uma das adeptas dessa ‘febre’. “Comecei a fazer tie-dye neste ano, durante a pandemia, quando descobri essa nova tendência. Isso foi uma quebra de rotina muito divertida. A partir de então, fiz pesquisas e me planejei para fazê-las (as camisetas).”
 

Para Larissa, a técnica voltou com tudo porque qualquer pessoa, que tenha tinta de tecido e uma camiseta usada, consegue fazer. “Minha mãe me orientou e também tive a participação da minha irmã mais nova.” Na paleta de cores preferidas por Larissa estão amarelo, azul e rosa, que, para ela, são boa combinação.
 

Maria Luiza Alves Soares, 8 anos, também de São Bernardo, já estilizou três peças de roupas com o tingimento. O desafio, na sua opinião, fica por conta de enrolar a roupa e colocar o elástico. “A parte mais legal e fácil é pintar. Depois, é preciso paciência para esperar secar, porque demora mais.” Foi vendo vídeos na internet que a garotinha aprendeu todos os macetes. “Já que a gente não pode sair de casa, é mais uma atividade que ajuda a distrair”, completa Maria Luiza.
 

A saudade dos amigos, da escola, de andar de bicicleta por aí e de comer em restaurantes (como uma hamburgueria) fez Lorena Soares Selli, 7 anos, de Santo André, buscar alternativas de distração nesta quarentena. O tie-dye, que aprendeu há três meses, é uma delas. “Faço muito na casa das minhas avós, porque as duas gostam e fazem artesanato, tanto que vou começar a fazer também.” Segundo Lorena, cores fortes e vibrantes são ideais para estilizar o look.  “A dica que dou para quem ainda vai fazer é deixar a camiseta secar só um pouco enquanto ainda estiver toda torcida. Depois, pode abri-la para agilizar a secagem.” Vale a pena a experiência!
 

Tingimento de peças é histórico

O guarda-roupa de muitas pessoas passou a ser mais colorido com a ‘onda’ tie-dye. O que muitos não sabem é que essa técnica é antiga e ganhou popularidade entre as décadas de 1960 e 1970, ganhando força com o movimento hippie – comunidade de centenas de pessoas que pregavam o amor livre, o respeito à natureza e a uma vida mais simples.
 

A técnica de tingimento de tecido é milenar – tradicionalmente utilizada por várias culturas no mundo, especialmente asiáticas e africanas – e tem sido aperfeiçoada ao longo dos anos.
 

Os primeiros registros da técnica foram notados no século VI e século VII no Japão, China, Índia, Peru e no continente africano. Pelos japoneses a técnica era chamada de shibori e de bandhani na Índia. Ela dava aos tecidos cores combinadas e diferentes amarrações, dependendo da região e cultura.
 

Em outros momentos voltou à moda no Brasil, como em 1999 ou em 2008. Hoje, o que pode ser feito em casa por qualquer pessoa também é vendido por muitas grifes, principalmente as infantis, e voltaram a colorir as vitrines das lojas durante a pandemia do novo coronavírus.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;