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Brasileira tenta embarcar desde março para o Peru, onde mora há 7 anos, sem sucesso

Patrícia Amaral foi impedida de voltar para casa por causa do fechamento das fronteiras em razão da pandemia; agora, não consegue embarcar com cachorra, que a ajuda em tratamento psicológico

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
31/07/2020 | 12:39
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Arquivo pessoal/Patrícia no Aeroporto de Lima, quando embarcou para o Brasil


O que era já era uma viagem difícil , se tornou ainda mais dolorida para a brasileira Patricia Amaral. A gaúcha, que mora no Peru há 7 anos, com o marido e o filho, teve de vir em fevereiro para o Brasil às pressas para cerimônia de cinzas do pai, que tratava um câncer há dois anos. Só que o voo de volta, programado para um mês depois, foi cancelado em razão da pandemia pelo novo coronavírus. O país fechou as fronteiras e ela teve de ficar na casa de sua mãe, no Rio Grande do Sul, junto da sua cachorra, Peppa, que a ajuda em tratamento psicológico.

“Vim para o Brasil pela Avianca, com a Peppa na cabine comigo. Tive um ano muito difícil e ela tem me ajudado muito psicologicamente. Só que no meio tempo, o Peru fechou as fronteiras e nós ficamos presas no Brasil, sem possibilidade de retornar. E para completar, nestes cinco meses, a Avianca entrou em falência e perdemos a passagem de retorno”, conta. Foi então que seu marido conseguiu comprar uma passagem para ela voltar pela Latam, no dia 10 de agosto.

Daí veio a surpresa. “Enviei um e-mail para a Latam e eles disseram que só permitem pet suport (cão de apoio emocional) para os Estados Unidos, Colômbia e México. Fiquei estarrecida porque vim com ela e não vou voltar sem ela. É como um filho para mim. Tenho toda documentação, inclusive do meu psicólogo, comprovando o tratamento”, diz a brasileira. Segundo ela, Peppa não pode ir no porão porque é uma raça de focinho achatado e tem problemas de respiração. Tentou argumentar por diversas vezes com a empresa, sem sucesso. “Estou decepcionada porque se existe regra, também existe exceção. Estamos vivendo um momento atípico. Estou em uma situação que eles deveriam levar em consideração.”

Não bastasse a perda do pai, um dia após chegar no Brasil a sua sogra, a quem era muito ligada, morreu de ataque cardíaco, lá no Peru. E, há pouco, seu marido teve de passar por uma cirurgia no coração, às pressas. “Eles precisam de mim lá. E, para completar, parece que o Peru, que reabriria os aeroportos agora em agosto, não vai mais. A minha alternativa vai ser voltar em voo humanitário ou por terra. É muito difícil”, lamenta Patrícia.

Questionada pela reportagem, a Latam Airlines Brasil respondeu, em nota "que está apurando o ocorrido para prestar os devidos esclarecimentos diretamente a cliente." A embaixada do Peru no Brasil também foi indagada sobre o assunto, mas ainda não enviou resposta.
 
 




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