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Maioria apoia lei contra fumo, mas não pretende denunciar
03/08/2009 | 07:02
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Apesar de a lei antifumo ser aprovada por oito em cada dez paulistanos, mais da metade da população não quer ocupar o posto de denunciante do cigarro. Pesquisa InformEstado e Instituto GPP, realizada com 614 moradores da capital paulista, revela que 78,8% concordam, sem nenhuma restrição, com o cerco à fumaça. No entanto, 64,9% dos participantes afirmam que não pretendem denunciar os locais que permitirem fumar. A delação é tida pelo governo como principal arma para tentar driblar o número restrito de fiscais da legislação, que começarão a multar na sexta-feira.

Para fiscalizar bares, restaurantes, casas noturnas, empresas, hotéis, pousadas, instituições públicas e até condomínios de todo o Estado - que pelas novas regras estão sujeitos a sanções, caso permitam o uso de qualquer produto fumígeno em ambiente fechados ou mesmo mantenham fumódromos -, o governo conta com 500 funcionários, entre vigilantes sanitários e agentes do Procon.

A possível limitação do alcance da lei está no fato de que mais de 500 mil locais precisam ser inspecionados e existem 6 milhões de fumantes adultos em todo o Estado.

Em outras ocasiões, o governador José Serra (PSDB), autor do texto da lei, sustentou que a eficácia das blitze será garantida por meio da participação e das delações populares. A pesquisa InformEstado, entretanto, apontou certa fragilidade na participação efetiva da população - resistência muito maior entre o público fumante. Do universo estudado, 22,6% têm o hábito de fumar e, dessa parcela, 86,7% afirmaram que não vão fazer denúncias - ainda que 48,8% sejam totalmente a favor da lei. A não adesão às denúncias também ocorre entre não fumantes: 58,4%.

"O uso do cigarro em ambiente interno é culturalmente aceito há anos. Começamos a mudar isso só agora", avalia o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, um dos responsáveis pela fiscalização. "Acredito que, com a aplicação da lei e os donos de bares se engajando em preservar os estabelecimentos, as denúncias vão surgir", afirma.

O secretário de Estado da Justiça, Luiz Antônio Marrey, diz que a "metade de fumantes que vai denunciar é suficiente para colaborar com a fiscalização".




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