Em cenário de críticas ao modelo vigente da Ouvidoria de Santo André, o atual dirigente do órgão, José Luiz Ribas, desponta como favorito na disputa pela reeleição ao cargo para o biênio 2016/2017. No posto desde março do ano passado, o advogado surge, nos bastidores, com sinalização de apoio da maioria das entidades com direito a voto no páreo, que contará ainda com outros dois nomes: Edson Salvo Melo, ex-secretário de Cultura do governo Aidan Ravin (PSB), e Eduardo Guedes Monteiro, quadro da iniciativa privada. A sabatina e pleito ocorrem hoje no anfiteatro municipal.

Hoje assessor de gabinete do vereador Almir Cicote (PSB), Salvo Melo tenta surpreender na briga ao fomentar discussão sobre mudanças da ferramenta. Contudo, com menos força. A sua entrada na concorrência cria ambiente político no processo eleitoral. Cicote chegou a apresentar projeto na Câmara, em agosto, propondo alterações no sistema, como veto dos parlamentares a nomes de candidatos, além de o ouvidor adjunto passar a ser ocupado pelo segundo colocado na disputa – atualmente, o próprio dirigente é quem nomeia o número dois. Indicado pela Fraternidade Espírita Casa de Ismael, Monteiro, por enquanto, é desconhecido entre os postulantes e aparece como incógnita, integrando lista ainda no anonimato.

Ao todo, são 17 instituições inscritas no colegiado, só que apenas 13 estão aptas a participar da concorrência, selecionando representantes a depositar crivo nas urnas, entre elas Acisa, OAB, Ciesp, CUT e Força Sindical. Com três integrantes no processo, para vencer no primeiro turno, há necessidade de obter dois terços dos votos. Ou seja, o candidato precisa alcançar nove sufrágios dentro do panorama estipulado. Em eventual segunda etapa, o pleiteante teria que angariar 50% das adesões mais um voto.

Salvo Melo frisou que fez a “lição de casa” e articulou neste período apoio junto ao conjunto de entidades habilitadas. “Falei praticamente com todos, mas só vai dar para saber amanhã (hoje) o resultado”, alegou. Ele descartou que Ribas largue na frente por comandar a ouvidoria, admitindo, no entanto, que existe aspecto de benefício ao adversário. “Facilita já ter contato com as pessoas. Nós temos de estabelecer essa relação. A proximidade é ponto facilitador, porém não acredito que isso o deixe em vantagem. As condições são iguais em momento pré-eleitoral. Vamos colocar a questão de dar foco na eficiência da resposta (requerimentos) aos munícipes.”

Ribas, por sua vez, reconheceu busca por atingir o mínimo de nove votos já na fase inicial. “Espero conseguir número suficiente para ganhar”, mencionou. O dirigente põe em destaque a prestação de contas do mandato, sem negar que o próximo passo é debater reformulação no sistema. Disse que o desafio continua ser dar publicidade ao trabalho da ouvidoria. “A divulgação e ações em eventos são alguns dos legados”, citou. Em 2014, quando foi eleito ao cargo, estudo apontou que somente 8% da população conhecia o serviço da instituição.