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Rio Grande: ‘Brinquinho’ acusa Ramon de crime
Samir Siviero
e Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
27/04/2001 | 00:21
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Em entrevista concedida quinta à noite, Ademir Miranda de Almeida, o Brinquinho, uma das principais testemunhas do inquérito sobre a morte do prefeito de Rio Grande da Serra, José Carlos de Arruda, o Carlão – encontrado morto em 1º de abril de 1998 – acusou o atual prefeito da cidade, Ramon Velasquez, de ser um dos mandantes do assassinato. Segundo Brinquinho, Ramon, o vereador Valdir Mitterstein, o Gaúcho, e o ex-vereador Expedito Antonio de Oliveira teriam mandado matar Arruda. Procurado pela reportagem, Ramon disse, por meio de seu assessor de Gabinete, Carlos Augusto César, o Cafu, que “não se pronunciará sobre a declaração de meliantes”. “Estamos em contato com advogados e cuidaremos do caso na Justiça”, disse Cafu. Nesta quinta, o prefeito recebeu uma intimação judicial para prestar depoimento sobre o caso na próxima quarta-feira na Delegacia de Ribeirão Pires.

Brinquinho, que estava preso até quarta na Unidade Prisional 7, em Santo André, por falsificação de CDs, disse que ficou sabendo da versão sobre a morte de Carlão por meio de Gaúcho. “Gaúcho foi usado pelo Expedito e pelo Ramon. Os dois tiveram a idéia de matar o Carlão e, como Gaúcho tinha muito contato com a bandidagem chamaram ele para participar. Gaúcho pagou R$ 50 mil para Pilica (Reginaldo Dionísio Alves) e Zezito (José Jacinto da Silva) mais um Fusca, que era da filha do Gaúcho, para matar o Carlão. Depois, os dois levaram mais uns R$ 100 mil extorquindo o Gaúcho, até que ele cansou de dar dinheiro e resolveu contratar outros caras para matar os dois”, disse.

Brinquinho contou que chegou a levar dinheiro de Gaúcho para pagar Zezito e Pilica, e que o interesse dos envolvidos seria conseguir “poder e dinheiro” com a posse de Expedito na Prefeitura. “Uma vez levei um cheque de R$ 5 mil assinado pelo Expedito. Os três foram mandantes: Ramon, Expedito e Gaúcho. Duvido que qualquer um deles negue se ficar de frente comigo. Na época em que Expedito assumiu a Prefeitura, eles levaram muito dinheiro. Sei porque eu trabalhava na Prefeitura na época.”

Brinquinho volta a depor hoje na delegacia de Ribeirão Pires, onde acontece a investigação do crime. Segundo ele, o atual prefeito teria tentado incriminá-lo. “Cerca de um ano depois do crime, o Gaúcho me deu uma arma, mas não me disse de onde tinha vindo. Só que, como não gosto de arma de fogo, vendi para um cara que era segurança do Expedito na Prefeitura. No dia seguinte, a polícia chegou na minha casa com um mandado de busca e apreensão. Depois, o Gaúcho me contou que era uma armação do Ramon para me incriminar. Eles armaram para tentar se livrar da acusação, só que eu tive sorte de não ficar com a arma.”




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