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Em 10 anos, PT tem queda e PSDB vive auge na região

Neste ínterim, PSL surgiu com Bolsonaro, mas já viu racha, e Novo tenta se erguer no majoritário

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/01/2020 | 07:00
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DGABC


No decorrer da última da década, o Grande ABC amplificou desenho nacional e mudou perfil eleitoral. O PT, que tem seu berço na região, perdeu força mesmo em seu quintal no período. Em 2010, a legenda ainda estava em ascensão, principalmente diante da aprovação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no desfecho do segundo mandato, e registrava poder de três das sete cidades, incluindo São Bernardo e Diadema. Desde 2016, após avalanche provocada pela Lava Jato, ficou sem o comando de nenhuma prefeitura no âmbito regional, situação inédita na história.

Diante do resultado de 2008, o PT se alçou à chefia de 25 das 96 cidades mais populosas do País, lista que engloba as 26 capitais e outros 70 municípios com mais de 200 mil eleitores. Esse número caiu para 18 em 2012 e despencou há quase quatro anos, elegendo apenas um prefeito nos principais conglomerados. Marcus Alexandre Viana elegeu-se em Rio Branco, no Acre, mas, posteriormente, renunciou para se candidatar ao governo do Estado, sem sucesso. Na ocasião, foi o único sobrevivente à lavagem de lideranças da legenda, hoje sem qualquer representante no rol.

Há 20 anos, a título de comparação, o cenário para o petismo demonstrava ainda mais a diferença de aceitação institucional. À época, o partido emplacou cinco das sete prefeituras do Grande ABC, melhor saldo até hoje. A soltura de Lula, em novembro, e as instabilidades no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) são pontos avaliados como mote em tentativa de reviravolta no pleito para sobrevida da sigla, principalmente com vistas ao páreo de 2022. Em 2018, sem Lula, Bolsonaro venceu em todas as 23 zonas eleitorais das sete cidades – já no pleito anterior, de 2014, o então senador Aécio Neves (PSDB), contra Dilma Rousseff (PT), venceu em cinco das sete, obtendo 58,05% dos votos válidos.

Para a eleição municipal, o PT irá apresentar, ao menos, cinco prefeituráveis no Grande ABC. Nanico até então, por outro lado, o PSL surgiu com Bolsonaro, mas viu racha em menos de um ano – não tem prefeitura na lista. O presidente busca criação do Aliança pelo Brasil até abril para entrar na disputa. O MDB é o segundo da lista, mesmo com queda de 21 (2008) para 15. O PSB, com dois Paços na região, praticamente manteve, de oito para sete em dez anos. O Novo mira se erguer no plano majoritário.

O PSDB, por sua vez, venceu em quatro municípios em 2016, algo também ocorrido pela primeira vez – em Santo André, aliás, teve vitória atípica no histórico. Deve disputar a reeleição em três, tendo em vista a desfiliação em Rio Grande da Serra, além de brigar com nomes em outras três. No plano macro, o tucanato governa 30 das 96 cidades da lista – embora 29 triunfos há quase quatro anos. Neste contexto, comanda população equivalente a 20,9 milhões de aptos a voto. Em 2008, eram 14 prefeituras sob sua alçada. No pleito seguinte, foram 19 êxitos eleitorais.

A cúpula do tucanato espera contar com apoio do governador paulista e potencial candidato à Presidência, João Doria, para, pelo menos, manter o último resultado, a despeito do desgaste verificado em 2018, com o pífio saldo de Geraldo Alckmin ao Planalto.




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