Vereadores da oposição e do G-9 (ala independente) afirmaram ontem que vislumbram mais embates contra o prefeito Luiz Marinho (PT) em relação à aprovação do veto à ideologia de gênero no PME (Plano Municipal de Educação), ocorrida na votação de quarta-feira. Os parlamentares criticaram a postura do chefe do Executivo, que os ameaçou de processo judicial, ao citar “mentiras rasteiras” nos dias que antecederam a votação.

Pela oposição, um dos líderes do bloco, Julinho Fuzari (PPS), sustentou que Marinho e a equipe de governo faltaram com a verdade durante o episódio. “Essa administração mentiu, uma vez que o prefeito já havia defendido publicamente a instituição do termo na matéria publicamente. A ex-secretária de Educação (Cleuza Repulho) publicou em sua página no Facebook que o que fizemos na Câmara foi retrocesso. Então, para nós, fica claro que havia a intenção de instituir a ideologia de gênero. Por isso, deixaram em aberto no teor da matéria. Não foi só a vontade dos vereadores e sim da sociedade e dos líderes religiosos. O prefeito precisa respeitar isso”, pontuou.

Também oposicionista, Marcelo Lima (PPS) prevê revés a Marinho em caso de persistência no embate. “Se o prefeito insistir, acredito que haverá desgaste e derrota, porque ninguém brincou com essa situação e não voltará atrás da posição defendida”, discorreu.

Pelo G-9, que é formado por parlamentares governistas, mas que se intitulam independentes na Câmara, a versão foi defendida de maneira mais contida. “As emendas aprovadas foram baseadas na Constituição Federal. Por isso, não vejo elementos para o prefeito pedir a exclusão. Caso faça, vamos trabalhar contrariamente”, argumentou Rafael Demarchi (PSD), que foi um dos mais ativos na propagação de materiais contra o governo petista em relação ao crivo da matéria. “Vamos acompanhar essa situação, no entanto, não vai ocorrer mudança de posicionamento. O debate foi duro e defendido até o fim”, assegurou Ramon Ramos (PDT), também da ala do G-9.