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Ilhas ao sabor do vento
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
29/07/2010 | 07:11
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Como todo soberano que se preza, o Etna não trabalha sozinho. A maior parte dos seus ‘súditos' concentra-se nas Eólicas, arquipélago de sete ilhas, repletas de vulcões, localizado na costa Nordeste da Sicília. São elas: Lipari, Vulcano, Salina, Alicudi, Filicudi, Stromboli e Panarea.

Diz a lenda que Éolo, o deus dos ventos, morava ali, dando origem ao nome do conjunto. Mas, entre labaredas e ventanias, o elemento que mais se destaca ainda é a singela água, sempre pronta para convidar o turista a um mergulho em sua lagoas de água medicinal, indicadas para o tratamento de artrites e reumatismos. Em Vulcano, os lagos quentes chegam a borbulhar e exalar gases como o enxofre, deixando a ilha inteira com cheiro pouco agradável.

Já em Stromboli, o calor não vem da água, mas do vulcão, que ocupa praticamente toda a extensão da ilha e não deixa ninguém sossegar, mantendo-se sempre em constante atividade explosiva.

Mesmo assim, ainda há meia dúzia de corajosos que fazem questão de viver nos vilarejos de casas bem branquinhas instaladas ao pé do vulcão, num misto de perigo e paixão que parece abalar o bom senso de qualquer um.

Provavelmente, a mesma mistura explosiva que acometeu Ingrid Bergman quando esteve na ilha para as gravações do filme Stromboli, em 1949. Na ocasião, a atriz - até então casada com outro - viveu uma tórrida paixão com o diretor do longa-metragem, Roberto Rosselini, e acabou voltando grávida para casa. Um escândalo para a época.

Romances de lado, vale também fazer um passeio de barco até o lado não habitado da ilha, onde a lava incandescente do vulcão escorre até fumegar no encontro com as águas do mar.

Esse espetáculo - conhecido como sciara del fuoco e que deu a Stromboli o título de Farol do Mar Tirreno - fica ainda mais bonito à noite, quando o brilho da lava dá uma espécie de show pirotécnico natural, facilmente avistado em locais como a Punta Labronzo. Para chegar lá, a caminhada não é nada fácil: três horas de percurso com acompanhamento de guias locais. Mas a peculiaridade do espetáculo recompensa o esforço.

Para quem não abre mão das riquezas históricas, por sua vez, a dica é visitar a ilha de Lipari, a maior e mais habitada das sete. Considerada a porta de entrada do arquipélago, com acesso via ferry boat ou catamarã, a ilha abriga um museu arqueológico e ruínas de uma acrópole grega, chamada de Castelo. Já os que preferem ambientes requintados devem aportar em Panarea, a menor e mais cara entre as ilhas do arquipélago. Simplesmente, um luxo!




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