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‘Fantasma‘ do desemprego avança
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
21/04/2006 | 10:18
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A ausência de políticas mais agressivas de estímulo à criação de novos postos de trabalho e o arrefecimento da economia brasileira no primeiro trimestre impactaram na taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo e nos outros cinco principais centros produtivos do país.

Segundo a PME (Pesquisa de Emprego e Desemprego), elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o total de desocupados – trabalhadores sem emprego fixo – passou de 10,5% em fevereiro na Grande São Paulo para 10,6% no mês passado. Nesse mesmo período, o desemprego na média do país avançou de 10,1% da PEA (População Economicamente Ativa) para 10,4%.

Em março do ano passado, a taxa de desemprego registrada pelo IBGE foi de 10,8%. Apesar do aumento das pessoas que perderam o emprego neste ano, a variação entre fevereiro e março é considerada como “estabilidade” pelo instituto. A taxa média de desemprego no primeiro trimestre do ano ficou em 9,9%, a menor para um primeiro trimestre desde o início da nova série da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), em 2002.

Em números absolutos, o total de ocupados nas seis regiões metropolitanas somou 19,92 milhão de pessoas, com estabilidade em relação ao mês de fevereiro e crescimento de 1,9% na comparação com março de 2005. A população desocupada totalizou 2,31 milhões – crescimento de 3,6% no confronto com o mês anterior, mas uma queda de 2,6% contra março de 2005.

Para o coordenador da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do país em março mostrou “um momento de preparação para uma inflexão na taxa de desocupação (desemprego)”. Em sua avaliação, o número de vagas deverá aumentar a partir de abril ou maio, como tradicionalmente ocorre.

Segundo Azeredo, 2006 ainda não começou para o mercado de trabalho nessas seis regiões, mas “isso não é desfavorável, é natural”. Ele sublinhou que sazonalmente a taxa de desemprego segue uma trajetória de elevação no ano até março ou abril e, a partir daí, inicia uma inflexão para novas quedas.

Renda – Os dados da pesquisa mensal de emprego de março mostram também que o processo de recuperação de renda prossegue, mas de forma mais discreta do que vinha ocorrendo nos meses anteriores, segundo Azeredo. Ele disse que o aumento de 0,5% no rendimento médio real dos trabalhadores nas seis regiões pesquisadas em março ante fevereiro foi “menor do que o esperado para essa época do ano”.

No entanto, ele lembrou que há uma recuperação do poder de compra num período mais longo de comparação, já que é significativo o aumento de 2,5% no rendimento em março contra igual mês do ano passado. Em março, o rendimento médio nas seis regiões chegou a R$ 1.006,80, superior ao registrado nos períodos mais recentes, mas ainda inferior ao registrado em fevereiro de 2003 (R$ 1.009,56). O maior rendimento médio da série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002, foi registrado em julho de 2002 (R$ 1.142,02).




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