Brunão sofre com rigor de responsáveis, enquanto
Décio Vitta recebe jogos mesmo com problemas
O Estado de São Paulo tem, segundo a Federação Paulista de Futebol, 130 estádios ou locais que recebem partidas nos mais variados campeonatos organizados pela entidade. Clubes e prefeituras devem seguir rigoroso protocolo para colocar as praças esportivas em condições para, posteriormente, serem laudados e aprovados por Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e engenheiro responsável. Entretanto, por aquilo que a reportagem do Diário observou, há diferença de critério na liberação.
O Décio Vitta, em Americana, recebeu domingo o duelo entre Rio Branco e Santo André pela Série A-2 estadual. O estádio foi liberado dois dias antes, com restrições. Segundo o engenheiro Ansel Lancman atestou no laudo enviado à FPF, a praça oferecia algumas “falhas e anomalias” nas estruturas ou locais, oferecendo “risco mínimo”, que preveem intervenções a médio prazo. Mas por aquilo que foi visto, alguns padrões exigidos, por exemplo, nas obras de reforma e modernização do Bruno Daniel, foram deixados de lado.
O banco de reservas, segundo o Manual de Infraestrutura da FPF, deve ter no mínimo 12 lugares, com 50 centímetros cada, diferentemente do que foi visto em Americana. O acesso da arquibancada ao campo, que é previsto como plano de evacuação, não existe. Já a estrutura para a torcida visitante, segundo relato do repórter do Diário Anderson Fattori, não era sequer mínima: não havia água nos sanitários. Entre outros problemas.
Ao menos na teoria, todos os critérios deveriam ser avaliados da mesma forma, seja por Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e engenheiro responsável. “Os laudos são baseados em perguntas objetivas que devem ser respondidas dentro de critérios técnicos e anexadas fotos demonstrando se existe ou não aparato dos quesitos”, explicou o capitão da Força Tática da PM (Polícia Militar) de Santo André, Luiz Roberto Moraes.
Ontem, a PM realizou outra vistoria no Bruno Daniel, que será liberado até amanhã – com restrições – e, assim, o Santo André poderá realizar o jogo de sábado, contra o Monte Azul, em sua casa – a partida com o Votuporanguense, amanhã, está mantida para o 1º de Maio, em São Bernardo. “Só falta a formalização para sacramentar a liberação do estádio. E será em tempo hábil”, explicou o capitão. O Ramalhão tem até amanhã para ter este aval, sob risco de perder por WO em caso contrário.
Os problemas que impedem a liberação da praça andreense – entulho, acessos e grades – foram sanados. As restrições observadas referem-se à necessidade de instalação de barreiras físicas removíveis e à utilização de segurança reforçada em parte do estádio que está em reforma.
Questionada sobre a diferenciação nos critérios para liberação, a FPF não respondeu. Fonte que trabalha na entidade disse, porém, que “a Federação se baseia nos laudos” para interditar ou avalizar um estádio, ou seja, a responsabilidade principal é dos órgãos e profissionais que realizam as vistorias e inspeções nas praças esportivas.
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