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Conselho de São Caetano faz primeira reunião
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
28/01/2011 | 07:00
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Será que São Caetano vai embalar com força na execução de políticas culturais revertidas ao município e até mesmo para a região? A questão resume o pensamento de dezenas de pessoas que passam a fazer parte do Conselho Municipal de Política Cultural, formado no fim do ano, e que teve a primeira reunião anteontem.
A cidade, que leva o título de melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, ainda tem seus talentos ofuscados. De que adianta a Fundação das Artes, que já formou nomes importantes no meio artístico como o ator Fábio Assunção, fazer seus talentos brilhar apenas em outros palcos?
Essa e outras perguntas pairam sobre a cabeça de produtores culturais da cidade, que nunca observaram evolução nessa área. Vinculado à Secretaria de Cultura, o conselho tem maioria de integrantes da sociedade civil, como forma de descentralizar as decisões pertinentes à cultura.
"São Caetano nunca teve uma identidade própria na Cultura. Tenho trabalho voltado para o teatro desde 1991 e nunca consegui que nada emplacasse. Fala-se tanto da importância da Fundação das Artes, mas os talentos não são aproveitados na cidade porque falta incentivo. Precisamos da disponilização de um fundo de verba para realizar as coisas", explicou o presidente eleito do conselho, Erike Laerte Busoni, diretor da Cia da Matilde.
A secretária de Cultura, Adriana Sampaio, admitiu a distância que sempre existiu entre a Prefeitura e a sociedade para melhorar as ações culturais voltadas para dança, teatro, cinema e outras áreas. "As conferências realizadas no ano passado já mostraram que será muito boa a proximidade. A cidade tem a herança da Fundação das Artes e com o conselho esperamos melhorar", explica Adriana.

NO AR
Adriana Sampaio aguarda posição da Pasta de Obras sobre o projeto das novas dependências da Fundação das Artes, para dizer quando o prédio receberá o nome do criador da Fundação, o ator Milton Andrade, morto em 2009.
A criação do cinema popular também é uma expectativa. "É um absurdo não termos um cinema. Sem isso, como podemos estabelecer temporadas especiais, por exemplo", questiona o novo presidente.

REPRESENTANTES
O produtor cultural e músico Ricardo Penachi de Camargo salienta que uma das estratégias para melhorar a programação cultural da cidade é começar pelas escolas. "Essa integração é importante para que crianças e adolescentes sejam informados do que está ou vai acontecer. Lembro que nessa idade eu sonhava em estudar na Fundação das Artes porque era referência na América Latina. Hoje, infelizmente vejo que o lugar passou a ser politizado e perdeu sua essência", lamenta o artista.
Nada de proporções pequenas na realização de exposições. Os artistas querem algo que chame a atenção de colegas de outros Estados e países.
"São Caetano não tem história na cultura. Falta iniciativa da prefeitura em propor projetos. Temos ideias, mas sem parceria fica difícil realizar. Já participei de várias bienais e agora aguardo análise da administração para realizarmos uma grande mostra de fotografia", diz o artista plástico Luiz Carlos Gimenes, da área da audiovisual.

PARCERIAS
A secretária de Cultura garantiu que as parcerias com os governos Estadual e Federal vão continuar neste ano, e também serão formulados novos projetos para a solicitação de verba. "Com o Estado temos o projeto Cenas de Teatro e oficinas", detalha Adriana.




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