Economia Titulo Consumo
Grande ABC registra redução de 25% na venda de combustíveis

Em 2021, postos da região comercializaram cerca de 840 milhões de litros; antes da pandemia volume girava em torno de 1 bilhão

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
15/02/2022 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


Os cerca de 380 postos da região venderam aproximadamente 840 milhões de litros de combustíveis no último ano, segundo dados do Regran (Sindicato do Comércio Varejista e Derivados de Petróleo do Grande ABC). O número é 25% menor do que antes da pandemia de Covid-19, quando as vendas batiam a casa de 1 bilhão de litros.</CW><CW-3> 

Em todo o País , segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), foram comercializados 139,5 bilhões de litros no último ano. O que significa o maior volume desde que se iniciou a série histórica, em 2000, e uma alta de 6% em relação a 2020, primeiro ano da doença.

De acordo com o Regran, o diesel foi o combustível que mais movimentou as bombas. Isso porque, com a pandemia, cresceu o volume de entregas, visto que as pessoas passaram a consumir mais no e-commerce. Embora a entidade não tenha os dados por produto, foi perceptível a redução na gasolina e no etanol.

Pelos número nacionais da ANP, foram 118 bilhões de litros de etanol, gasolina e diesel, com destaque para este último, que teve o maior volume de vendas no País, ou 62,1 bilhões de litros. A quantidade é recorde e quase o dobro do que era vendido há 21 anos (35 bilhões de litros). Na comparação com o ano passado, as vendas de diesel subiram 8,1%.

As vendas de gasolina somaram 39,3 bilhões de litros em 2021, ou 9,7% a mais do que em 2020, o que confirma a volta da mobilidade urbana, passado o auge da pandemia.

Já o etanol teve queda de 13% nas vendas de um ano para outro, para 16,7 bilhões de litros, bem abaixo do recorde de 22 bilhões de litros de 2019.

Da mesma maneira, as vendas de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) cederam 1% de um ano para outro, totalizando 13,4 bilhões de metros cúbicos, praticamente estáveis em relação a 2021.

As vendas de querosene de aviação (QAV) continuaram abaixo da média, porém, 22,8% acima do desempenho do ano passado, totalizando 4,3 bilhões de litros, informam os dados levantados pela ANP.

“Mesmo em lockdown, se precisa de abastecimento de produtos. E, quando há retomada da economia, mesmo que pequena, o combustível sai na frente”, afirmou Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro De Infraestrutura ).

O economista afirma ainda que a retomada do consumo dos combustíveis explica parte da elevação rápida de preços dos três insumos em todo o mundo. O preço do barril de petróleo, matéria-prima de todos eles, teve média de US$ 44 em 2020 e chegou a US$ 70 no ano seguinte. “Produção de energia não funciona com botão ‘liga e desliga’, leva tempo. Antes de tudo, o que traz equilíbrio à curva de oferta e demanda é o preço”, disse. (com Agências)

Com Bolsonaro, preço sobe 5 vezes mais que inflação

Desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), a gasolina e o gás de cozinha subiram cinco vezes mais que a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no período, enquanto o diesel subiu quatro vezes, informa um levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) seção FUP (Federação Única dos Petroleiros).

Desde janeiro de 2019, início da gestão Bolsonaro, a gasolina teve reajuste de 116%, ante uma inflação de 20,6% no período. No gás de cozinha, a alta foi de 100,1%, e no diesel, de 95,5%, de acordo com dados da Petrobras analisados pelo Dieese.

O preço dos combustíveis praticado pela Petrobras tem papel importante nas eleições presidenciais deste ano, sendo que o líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já informou que vai mudar a política de preços da estatal, desatrelando o valor dos derivados do dólar.

O governo Bolsonaro manteve a política de paridade de importação implantada a partir do governo Michel Temer (MDB), sob a gestão de Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras, que acompanha os preços do mercado internacional do petróleo e derivados, incluindo no preço os custos de importação e da variação cambial.

Para tentar reduzir o impacto do preço dos combustíveis na inflação, o governo aposta em projetos de lei que estão sendo apresentados no Congresso. O Senado pautou para amanhã a votação de três projetos de lei que tentam reduzir o preço dos combustíveis.

(do Estadão Conteúdo)




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