No balanço do primeiro ano de mandato, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), anunciou ontem a liberação de 1.820 moradias populares pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. O acerto foi fechado na quinta-feira com o Ministério das Cidades. Diante da parceria, o petista amplia a promessa na área. Na campanha eleitoral, eram 3.000 unidades. No primeiro semestre subiu para 5.000. No ato, ele fixou a projeção em 8.200 domicílios.

No plano, Grana mencionou que entregou 753 moradias no ano inicial. Segundo o petista, 5.650 unidades estão contratadas e com definição de local para começar as obras a partir de 2014. “São quase 7.000 casas que queremos deixar prontas dentro deste governo, mas não estamos olhando apenas para este mandato. Esse novo acordo (com o apoio da União) é em médio prazo”, disse o prefeito, referindo-se à possibilidade de parte do projeto ficar para depois de 2016. O Paço ainda vai procurar terrenos para atender o pacto.

Além do programa habitacional, com verba de R$ 140,6 milhões, a cidade será favorecida com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de R$ 85,6 milhões, para a produção de unidades e urbanização de núcleos. O investimento total de R$ 226 milhões beneficiará diretamente 4.500 famílias de 20 comunidades do município. Atualmente, o deficit habitacional em Santo André é de 25 mil moradias.

Grana reiterou os problemas financeiros enfrentados pelo Paço, argumentando que o deficit deixado pela administração Aidan Ravin (PSB) se transformou em rombo financeiro no fim do exercício. “Não fosse a negociação da folha de pagamentos dos servidores, que vai gerar de contrapartida R$ 35 milhões, e o Recref (Programa de Recuperação de Créditos Fiscais), no qual a Prefeitura deve arrecadar R$ 10 milhões em 2013, ficaríamos em grande dificuldade.” O Paço admite dívida com fornecedores.

Durante o evento, o petista destacou a atuação de cada secretaria, sustentando que esse primeiro ano foi para “arrumar a casa”. Outro projeto frisado por Grana foi a implantação do Bilhete Único Andreense e dos dois primeiros corredores de ônibus, de um total de 13 espaços programados. “São 385 mil viagens (com a integração). Os corredores estão em fase experimental. Já tivemos 10% de tempo de viagem.” A meta é 25%. Em janeiro, outros dois corredores entrarão em operação.

Petista exalta permanência do secretariado

Chefe do Executivo, Carlos Grana (PT) abriu o discurso enaltecendo a manutenção de todo o primeiro escalão neste primeiro ano de gestão. “É a única Prefeitura da região em que não houve alteração no secretariado. Montamos um time coeso e eclético, com pessoas que possuem ligação com Santo André. Isso contribuiu para saldo positivo”, afirmou o petista, ao sinalizar que espera contar com a permanência da equipe de governo em 2014, apesar do cenário eleitoral.

Ao ser questionado sobre seu trabalho à frente do Paço, Grana considerou que a administração “está indo bem e pode melhorar ainda mais a partir do ano que vem”. Ele evitou falar em projeto de reeleição, citando que o que credencia é “cumprir com o programa de governo”. “Cria condições favoráveis. Pois quem julga o mandato é a população.”

Para o petista, a aprovação de 70 propostas do Executivo na Câmara possibilitou o andamento do plano. Grana teve dificuldade na interlocução somente nos quatro primeiros meses de gestão por conta da formação de bloco independente. Por outro lado, depois disso, teve clima confortável em aval aos seus projetos.

“Conseguimos retomar a credibilidade da administração pública, mesmo em ano de movimento antipartidário”, relatou, ao tratar das manifestações populares de junho. No período dos protestos, o Paço recuou em gastar R$ 12 milhões anuais na reforma administrativa. A partir de janeiro, valerá a readequação da estrutura com impacto de R$ 820 mil ao ano.