O sindicalista Joaquim José de Oliveira, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, afirma que está com sua vida em risco por conta de sua atuação como dirigente na comissão de fábrica da metalúrgica Backer. A empresa nega qualquer envolvimento com o episódio.

Oliveira conta que foi abordado quando saia do trabalho em sua moto no início do mês por dois indivíduos em outra motocicleta que disseram: “Pára de fazer oposição na Backer senão você vai ficar distante da sua família mais cedo”. “Tirei o capacete e perguntei que brincadeira era aquela, mas eles falaram que o recado estava dado”, relata.

Segundo o diretor do sindicato, José Paulo da Silva Nogueira, o caso ganhou importância porque no histórico do movimento sindical do Grande ABC já houve ameaças que acabaram se concretizando. “Estamos nos precavendo diante dessa denúncia gravíssima”, afirma.

O dirigente da Backer explica que não está acusando a empresa da ameaça, mas que foi usado o nome dela na abordagem. No entanto, Oliveira afirma que não foi possível identificar os ocupantes da moto – que estava sem placa.

Para preservar a vida do dirigente, Nogueira conta que o sindicato preferiu que o caso se tornasse público e um Boletim de Ocorrência foi feito para que o ocorrido seja investigado.

Oliveira conta que seu relacionamento com a Backer sempre foi tranqüilo. Contudo, após o fato se tornar público, o dirigente foi demitido quarta-feira por justa causa.

Resposta - A Backer, por meio de seu departamento de Recursos Humanos afirma que a notícia é caluniosa e que nunca utilizou qualquer medida violenta contra seus funcionários. Pelo contrário, a empresa repudia qualquer tipo de atitude como essa.

A metalúrgica confirma que começaram a haver divergências com o sindicato a partir da tentativa de elaboração de uma assembléia sobre PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Segundo o RH, houve agressão a alguns funcionários que queriam trabalhar no momento da reunião, o que levou a metalúrgica a fazer um Boletim de Ocorrência contra a entidade,

No caso de Oliveira, o dirigente foi advertido dias antes da ameaça por estar sem o equipamento de segurança necessário ao trabalho –, o que foi confirmado pelo próprio Oliveira.

O RH da Backer conta também que o vice-presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) não concordou com a advertência e, por não cumprir sua função e desrespeitar os funcionários do administrativo, foi suspenso por tempo indeterminado – e a Justiça do Trabalho deverá analisar o caso. O sindicato confirmou a suspensão, mas afirmou não saber a causa.

A Backer afirma que está tomando todas as medidas jurídicas para não haver prejuízo à empresa em relação ao caso.