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São Bernardo se divide em cotas de poder
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
10/05/2009 | 08:03
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Preponderante para a vitória na eleição do ano passado, as alianças partidárias consolidadas pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), trazem, agora, dor de cabeça ao governo petista. O ex-sindicalista alocou os aliados de campanha na estrutura administrativa, mas, meses após conquistar o Paço, não tem surtido resultados positivos na prática.

Muitos são os exemplos de divisão de poder no Executivo são-bernardense, segundo informações de bastidores (veja arte acima). Os principais e mais notórios envolvem o ex-prefeito Maurício Soares (PT) e o vice-prefeito Frank Aguiar (PTB), dois expoentes políticos da cidade fundamentais para o sucesso de Marinho no pleito de 2008.

Maurício estaria com a afinidade estremecida junto ao prefeito. Ainda assim, mantém cerca de 30 indicados no alto escalão do governo, moeda proposta em troca do apoio a Marinho na eleição.

Frank também já não teria o mesmo prestígio de outrora junto ao chefe do Executivo. São raras as aparições do forrozeiro, de acordo com fontes do Paço. Antes mesmo de assumir a Prefeitura, Marinho já dava sinais de desgaste na relação com o petebista, pois foi a favor da permanência do ex-deputado federal em Brasília.

A lacuna supostamente deixada pelo ex-parlamentar estaria sendo preenchida por outras lideranças, como o deputado estadual Alex Manente (PPS). O popular-socialista é cogitado nos meandros políticos de São Bernardo como preferido de Marinho para compor como vice na possível chapa de reeleição em 2012.

PRODUÇÃO
A maior coligação partidária formada pelo PT de São Bernardo - reuniu 11 siglas no primeiro turno no pleito - rendeu o triunfo, mas hoje evidencia desgaste e produz efeitos limitados por parte da administração.

Diversas secretarias estão fatiadas, inclusive com agrados para diferentes alas do PT - o governo absorveu boa parte de ex-secretários de Santo André e recebeu indicações de petistas renomados.

A Secretaria de Comunicação é comandada por Edmar Almeida, indicado por Alex Manente. A diretoria da Pasta está nas mãos do próprio PT e a chefia de imprensa com aliados de Maurício Soares.

Na Secretaria de Serviços Urbanos, o responsável José Cloves da Silva é apadrinhado da deputada estadual Ana do Carmo (PT), mas chefias de departamentos são lideradas por indicados de outros partidos.

A Secretaria de Esportes é outro exemplo. A capitania do departamento foi disputada palmo a palmo entre PT e PCdoB. Ambos saíram ganhando. O secretário José Luiz Ferrarezi é das fileiras petistas, porém o adjunto Toninho Tavares é oriundo das bases comunistas.

Há situações ainda como a de Giba Marson (PV), secretário Especial de Infraestrutura, que aguarda a criação da Secretaria de Gestão Ambiental para assumi-la. Ramiro Meves (PSC) atua como subprefeito de Rudge Ramos.

A gestão Marinho também loteou espaço para acomodar os aliados de segundo turno, como o PTdoB, e apoiadores que até dezembro estavam na oposição e foram atraídos por benesses, como o DEM.

Adversário da chapa petista na corrida pela Prefeitura no primeiro turno, Evandro de Lima despacha na Secretaria de Relações Internacionais, enquanto o democrata Fausto Landi responde pela subprefeitura de Riacho Grande.

O prefeito Luiz Marinho foi procurado por meio da assessoria para comentar o assunto, mas a reportagem não obteve retorno.




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