``No início dos anos 90, 40 milhoes de crianças nasciam a cada ano no mundo com graus de retardamento mental variáveis devido à carência de iodo', explicou Joanne Csete, coordenadora dos programas da Unicef para a Africa do Leste e do Sul. ``Hoje calcula-se esse número em 20 milhoes por ano, ou seja, uma reduçao de 50%'.
Dentro desta campanha, a Unicef (Fundo das Naçoes Unidas para a Infância) reuniu estas quinta e sexta-feira, em Mombasa (Quênia), autoridades e produtores de sal dos países do Leste e do Sul da Africa, a segunda regiao do mundo mais afetada pelas carências de iodo, depois de uma parte da bacia mediterrânea.
Na Reuniao de Cúpula Mundial sobre a Infância de 1990, os chefes de Estado e de governo prometeram ``eliminar praticamente os transtornos devidos à carência de iodo', que causavam estragos no Terceiro Mundo, afirmou um comunicado da Unicef.
A agência organizou entao o que considera uma das mais importantes campanhas de saúde pública em escala mundial, que visava incorporar simplesmente iodo ao sal destinado ao consumo alimentar.
A carência de iodo é a principal causa de lesoes cerebrais e de retardamento mental evitáveis no mundo, enfatiza a Unicef.
O cretinismo, o estado mais avançado de retardamento mental, tinha uma incidência grave na época. ``Cento e vinte mil crianças nasciam anualmente com cretininismo no mundo, em 1990, hoje sao menos de 50 mil', segundo Csete.
``Em 1990, apenas 12 a 15% da populaçao mundial consumia sal iodado. Hoje as estimativas mais baixas sao de 68 a 70%', explicou a funcionária, acrescentando que ``os resultados da pesquisa mundial, que serao conhecidos apenas no final de 2000, mostrarao sem dúvida que se está muito acima dessa taxa'.
``É, sem dúvida, o maior progresso registrado em tal escala no que diz respeito à mudança de regimes alimentares', estimou Joanne Csete, que supervisionou até 1998 a campanha mundial da Unicef sobre os transtornos ocorridos pela carência de iodo.
A razao principal da falta de iodo é a erosao dos solos. A camada na qual se encontra o iodo, e que o homem pode ingerir consumindo vegetais e animais, é a primeira que sofre a erosao, principalmente nos países quentes.
``O remédio é simples e barato', enfatizou Csete. Colocar iodo durante o processamento do sal custa entre 0,0016 e 0,0034 dólar por quilo, afirma a Unicef.
A conferência de Mombasa é uma das várias reunioes preparatórias para o VIII Simpósio Mundial do Sal, previsto de 8 a 11 de maio próximo em Haia, durante o qual a Unicef apresentará os resultados de sua campanha.
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