Legislativo de Rio Grande deve começar rito de impeachment às 13h; é necessário que dois terços dos vereadores acatem parecer
A Câmara de Rio Grande da Serra, sob comando do presidente Charles Fumagalli (PTB), tem previsão de pautar o primeiro julgamento do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB) na sessão de hoje, a partir das 13h. Os parlamentares vão apreciar o relatório final da comissão processante que investigou possível episódio de fura-fila da vacina contra a Covid, que beneficiou uma funcionária comissionada.
A colaboradora, que atuava na Secretaria de Serviços Urbanos, tomou o imunizante antes mesmo dos servidores da saúde, que à época eram prioridade, principalmente por estarem na linha de frente do combate à pandemia.
A Justiça destravou a atuação de duas comissões processantes na semana passada, após delação do ex-funcionário da Câmara Gabriel Compagnoli, que declarou que recebeu valores financeiros do secretário de Governo, Admir Ferro, com intenção de prejudicar o andamento de uma das frentes que atuam para cassar o mandato do prefeito. E foi justamente a delação que abriu caminho para a retomada das ações.
Nesse caso, o bloco investigou a falta de respostas aos requerimentos de informação da Câmara por parte do Executivo, processo cujo julgamento está previsto para amanhã, também às 13h.
Conforme o presidente da comissão processante que apurou o fura fila da vacina, o vereador Marcelo Cabeleireiro (PSD), os ritos deverão ter início com a leitura do relatório final elaborado pelos parlamentares do bloco. Segundo ele, o processo rendeu mais de 2.000 páginas e a leitura completa é ponto obrigatório.
“Rio Grande da Serra está prestes a se livrar do prefeito Claudinho da Geladeira. Na verdade é um prefake. Da parte dos vereadores que compõem os blocos, tenho certeza que os processos ocorrerão de maneira respeitosa. Temos que dar uma conclusão aos processos”, declarou o parlamentar ao Diário.
Após a leitura de todo relatório, o prefeito Claudinho da Geladeira terá duas horas para sustentar defesa. Nessa fase, o chefe do Executivo não tem obrigação de comparecer ao julgamento e, sendo assim, poderá enviar um advogado.
Para ser cassado, é necessário que dois terços – nove dos 13 parlamentares – acatem o parecer final das comissões. No Parlamento, esse é o exato número de vereadores que atuam na oposição a Claudinho da Geladeira.
O Diário questionou a defesa do prefeito, a cargo do advogado Leandro Petrin, mas não obteve resposta.
ALTA TEMPERATURA
O clima que antecede o primeiro julgamento do prefeito Claudinho da Geladeira não é dos melhores para o tucano. Na verdade a temperatura se elevou após o Diário revelar, em primeira mão, que o chefe do Executivo teria escolhido maneiras pouco republicanas para tentar barrar a ação das comissões processantes.
A mais recente é que ele teria tentado comprar apoio de parlamentares em troca de secretaria. Em áudio obtido pelo Diário, o tucano teria oferecido a pasta de Esportes ao vereador Claudinho Monteiro (PTC). Dessa forma, o suplente de Monteiro assumiria a cadeira e apoiaria o mandatário durante o processo de impeachment.
Em outro episódio, o Diário mostrou os comprovantes de depósitos que o secretário de Governo, Admir Ferro, fez para a conta de Gabriel Campagnoli para que sustentasse a narrativa de que a Prefeitura não teria respondido a todos os pedidos de informações enviados pela Câmara.
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