Política Titulo Xadrez político
Derrotados, Siraque e Aidan articulam cargos

Com reduto em Sto.André, deputado federal, que não conseguiu reeleição, e ex-prefeito movimentam xadrez político

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/10/2014 | 07:00
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Montagem/DGABC


Derrotados na corrida por cadeira no Congresso Nacional, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT), que não conseguiu renovar o mandato, e o ex-prefeito Aidan Ravin (PSB) já articulam ser alçados a cargo por indicação para se manter na vitrine eleitoral. Uma semana depois do revés nas urnas, o grupo político de ambos se movimenta para garantir espaço por meio de aliados. Uma coincidência: eles se digladiaram na disputa pela Prefeitura de Santo André em 2008, última vitória do socialista nas urnas, à época pelo PTB. De lá para cá, duas perdas consecutivas.

Para o petista, o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) é considerado essencial nesta atuação. Isso porque pessoas próximas ao parlamentar indicam que ele não tem interesse em participar da gestão do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT). Um posto em Brasília seria prêmio de consolação diante do resultado negativo. Este é o terceiro fracasso subsequente de Siraque na busca por cargo eletivo. Em 2010, o petista ficou como primeiro suplente da coligação ao alcançar 93,5 mil votos, subindo apenas após mexidas no governo federal – no período de dez meses sem exercer função legislativa, ele foi contratado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) como assessor especial. No dia 5, entretanto, seu saldo, de 53.285 votos, o levou a ter 13ª suplência.

Petistas reconheciam que a bancada seria menor a partir de 2015. O PT foi para a eleição à Câmara Federal deste ano sem ter seis deputados federais eleitos em 2010 que, juntos, somaram 1.022.566 votos de sufrágios. O sexteto, composto por José de Filippi Júnior, Ricardo Berzoini, João Paulo Cunha, José Genoino, Carlinhos Almeida e Jilmar Tatto, foi fundamental para a montagem do bloco no Congresso, formado por 16 deputados. Há oito dias, somente dez eleitos por São Paulo com a estrela petista.

No lado socialista, a vaga desejada fica no Palácio dos Bandeirantes, chefiado pelo governador reeleito do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que tem Márcio França (PSB) como vice. Com o revés da candidatura do PSB à Presidência, liderada por Marina Silva, boa parte de lideranças socialistas tende a pedir abrigo na administração paulista, especialmente após o apoio oficial da legenda no segundo turno para o pleito do senador tucano Aécio Neves ao Palácio do Planalto.

Presidente do PSB de Santo André, Donay Neto afirmou que “não há dúvida” de que o ex-prefeito terá “espaço dentro do governo de São Paulo”. Segundo o dirigente, França, que assume a partir de 1º de janeiro, por telefone, deu essa garantia devido ao “cumprimento de tarefa eleitoral” de Aidan. “Ele aceitou desafio da executiva paulista de entrar na disputa a federal para engrossar quociente da sigla. Do ponto de vista prático, Aidan não ficou satisfeito (recebeu 50.473 votos). Mas a participação foi positiva para a questão partidária.” O PSB fez quatro cadeiras.

As conversas de PSDB e PSB vão se intensificar com o término do segundo turno, no dia 26. “Em novembro, veremos como dá para compor. Eles (direção socialista) sabem quanto é importante ter espaço para se movimentar”, disse Donay, ao concluir que Aidan já é pré-candidato à Prefeitura em 2016.

Procurados, nem Siraque nem Aidan foram localizados para comentar o assunto. 




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