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Dilma critica julgamentos políticos sobre o PAC
05/02/2010 | 07:48
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A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, saiu ontem em defesa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), sua principal plataforma política na corrida presidencial. Mesmo com apenas 40% das obras concluídas em três anos de execução, a futura candidata ao Palácio do Planalto disse que o programa mudou as condições de se investir no País e será um "legado" que o governo Lula deixará para o sucessor. Para concluir todas as obras previstas na meta, o governo terá que fazer em 12 meses o que não fez em três anos.

"Quando passar os julgamentos políticos do PAC e parar com essa mania de falar que ele não existe, que ele vai acabar, quando parar com isso e olhar para trás, vai se ver, seriamente, que este programa mudou as condições de se investir no Brasil", afirmou Dilma durante a apresentação do nono balanço quadrimestral do programa, o último feito pela ministra antes de deixar o governo para enfrentar a campanha presidencial, em abril.

Oficialmente, o programa lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007 prevê um total R$ 638 bilhões em investimentos até o fim de 2010, com base em recursos federais, do setor privado, das empresas estatais e dos Estados e municípios. Passados três anos, o volume de dinheiro alocado atingiu pouco mais de R$ 400 bilhões, ou 63,3% do total previsto.

Se a conta for feita considerando apenas as ações efetivamente concluídas, o cenário é mais desalentador. Passados 36 meses, as obras encerradas correspondem a 40,3% do total, o equivalente a R$ 256,9 bilhões. Ainda assim, Dilma afirmou que houve "uma evolução bem favorável" do programa.

A ministra não quis fazer uma projeção sobre o percentual de obras que poderão estar efetivamente concluídas até dezembro, mas tentou demonstrar que o ritmo de investimentos ganhou força ao longo dos últimos anos e o aprendizado será importante para que o futuro ocupante do Planalto possa conseguir deslanchar os investimentos de maneira mais célere.

"Conseguimos realizar os grandes projetos para o Brasil crescer, diminuímos os gargalos", disse a ministra. A usina hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu (PA), mas que ainda não foi nem leiloada, foi classificada por Dilma como "a grande notícia" no balanço do PAC no setor de energia.

Para o presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Paulo Godoy, a execução orçamentária do PAC melhorou de 2007 a 2009, "apesar de ainda estar longe do ideal", disse. "Mas é preciso avaliar os avanços e os hiatos institucionais", afirmou o executivo, que acredita que uma das contribuições do programa foi criar uma visão de longo prazo para os investimentos em infraestrutura.




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