A fatura mensal do cartão de crédito é a que tem maior peso no orçamento das famílias do Grande ABC, tanto que 13% dos 865.901 domicílios estão com o pagamento desta dívida em atraso - quando já passou um dia do vencimento da conta.
Pesquisa Socioeconômica da Universidade Municipal de São Caetano identificou ainda que o valor médio dessa pendência chega a R$ 523, valor correspondente a 21% da renda familiar. Depois do cartão, a prestação de lojas em atraso respondem por fatia de 7,8% das dívidas.
Honrar o pagamento do empréstimo pessoal em banco ou financeira também é tarefa difícil, visto que 5,9% dos domicílios não conseguem quitar a parcela em dia. Considerando apenas os moradores de Santo André, São Bernardo e São Caetano, o número sobe para 6,1%.
A internet banda larga, presente em 60% das residências do Grande ABC, tem o menor percentual das faturas em atraso, somente 1,2%. Novamente, percentual nas três maiores cidades da região é um pouco maior, 1,8%.
CAPITAL
O principal mercado consumidor do País, São Paulo, é a capital onde a população deve mais. As 1,797 milhão de famílias paulistanas, que têm sua renda comprometida com dívidas, somaram R$ 2,831 bilhões em pendências financeiras até maio. O valor cresceu cinco pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. As informações foram levantadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
Para a entidade, as medidas macroprudenciais tomadas pelo governo federal desde o último trimestre de 2010 tiveram grande responsabilidade no aumento das dívidas e consequente desaceleração da economia. Mesmo assim a Capital tem o menor percentual de endividados do País.
Nos últimos 12 meses, o número de famílias com a renda futura comprometida cresceu 12,59%, considerando que em maio do ano passado eram 1,596 domicílios. Em relação ao valor do total da dívida mensal, o avanço foi de 25,48% nos cinco primeiros meses deste ano em relação a igual período de 2010.
JUROS
A pesquisa ainda apontou que o nível de comprometimento médio da renda mensal das famílias brasileiras é de 29%, o que pode ser considerado saudável. O estudo Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras sinalizou ainda que a taxa de juros do País, a maior do mundo, abocanhou R$ 129,3 bilhões dos bolsos dos brasileiros no ano passado. E até abril deste ano foram consumidos cerca de R$ 55 bilhões.
As medidas do governo federal para conter a inflação resultaram em incremento de 6,2 pontos percentuais na taxa de juros média, que está em 46,8% ao ano.
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