O juiz José Fernando Azevedo Minhoto, da 2ª Vara Judicial de Itu (interior de São Paulo), decretou nesta quarta-feira a prisão temporária do garçom Valdinei Sabino da Silva, 25 anos, suspeito de envolvimento no assassinato do empresário José Nelson Schincariol, 60, executado na noite de segunda-feira, em Itu. Além da prisão do suspeito por 30 dias, o juiz determinou que o caso deve correr em segredo. Essa decisão foi tomada a pedido do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital – que investiga o crime.

O garçom foi preso na noite de terça-feira, em casa, no bairro São Judas Tadeu (Itu). O suspeito foi reconhecido por uma testemunha, que o apontou como um dos dois homens que fugiram correndo pela rua após o assassinato de Schincariol, na segunda-feira à noite. Uma outra testemunha do crime, um vigia, não reconheceu Silva.

O suspeito tem passagem por porte ilegal de armas. Segundo a polícia, ele também responde por furto e roubo. Mas a família do acusado alega que ele responde por dirigir sem habilitação – além de porte ilegal de armas. A polícia afirma ainda que Silva raspou cabelo e bigode após o crime para não ser reconhecido. A família também nega a informação.

Mesmo com a prisão de Silva, o DHPP ainda não tem muitas pistas sobre o crime. A hipótese mais trabalhada pela polícia é de latrocínio (roubo seguido de homicídio) – apesar de nada ter sido levado do empresário na ocasião do crime. Nenhuma possibilidade é descartada.

José Nelson Schincariol foi baleado ao chegar em casa, na região central de Itu, na noite de segunda-feira. Atingido no crânio (duas vezes) e na nuca (uma), ele foi socorrido na Santa Casa da cidade e posteriormente transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde faleceu. O velório e o sepultamento ocorreram na última terça-feira, em Itu.

O empresário era uma figura benquista e admirada em Itu. Filho de Primo Schincariol, imigrante italiano que fundou a empresa, 'Nelsão' (ou 'Tio Nelson') transformou a pequena fábrica de refrigerantes populares na segunda maior cervejaria do país, com domínio de aproximadamente 10% do mercado de cervejas do Brasil.