Política Titulo Eleições 2018
PDT fecha com França para ver PSB com Ciro

Sigla se antecipa e adere a projeto de governador de São Paulo, que rasga elogios a ex-ministro

Junior Carvalho
27/07/2018 | 07:00
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O PDT paulista se antecipou e anunciou ontem apoio à candidatura à reeleição do governador Márcio França (PSB) no pleito de outubro, mesmo sem garantias de que os socialistas vão retribuir a decisão aderindo ao projeto do ex-ministro e pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes. O próprio governador participou da convenção pedetista, realizada na Assembleia Legislativa, na Capital, e soltou afagos ao presidenciável da legenda.

A despeito de Márcio França pregar lealdade ao ex-governador e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o PDT aderiu ao projeto do socialista mirando receber a adesão em troca na disputa presidencial. O governador foi ovacionado no evento do partido.

Em seu discurso, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, evidenciou que o apoio a Márcio França mira aliança com o PSB na corrida pela sucessão do presidente Michel Temer (MDB). “A abelha não é atraída com sal grosso, só com mel. Então, estamos colocando o mel (apoio para atrair os socialistas)”, disse. Questionado pelo Diário se tratava de estratégia para amarrar o PSB, Lupi sintetizou: “Também. Eu acho que declaração de amor nunca é demais”.

Márcio França, porém, reforçou lealdade a Alckmin, mas rasgou elogios ao ex-governador do Ceará. “Ciro é um homem íntegro, correto, idealista e inteligente. Tem todas as qualidades para ser presidente. É uma honra caminhar com o PDT e com Ciro Gomes”, discursou, minutos depois de cometer ato falho ao chamar Lupi de “presidente Lula” e ser aplaudido pela plateia formada por dirigentes do PDT e futuros pleiteantes a deputado que foram oficializados como candidatos.

Em sua fala, França voltou a alfinetar o ex-prefeito da Capital João Doria, pré-candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, ao afirmar que sempre cumpriu o que prometeu, em referência à tentativa do prefeito paulistano em ser o presidenciável no lugar de Alckmin, seu padrinho político. “Eu não abandono meus amigos em instante algum. Não traio, não está na minha formação. Não passo rasteira. O que eu combino, eu cumpro.”

O governador deixou o local sem encontrar com Ciro, que chegou minutos depois do socialista. “Nós vamos insistir no apoio do PSB (à sua candidatura presidencial) até o dia 5 de agosto (data limite para realização das convenções)”, frisou Ciro, que minimizou o fato de o PDT anunciar apoio ao PSB sem a garantia de receber a adesão de volta.

Questionado se já descartou aliança com o PT ainda no primeiro turno, Ciro desconversou. “Isso é você (jornalista) quem está dizendo.”

O PSB ainda cogita aliança com o petismo na corrida presidencial, caminho defendido, sobretudo, pelo diretório da legenda em Pernambuco. 

Partido terá só um nome da região na disputa por vagas nos legislativos

 O PDT terá apenas um nome do Grande ABC na disputa por vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa no pleito deste ano. Ex-secretário de Obras de Mauá, Júnior Orosco teve a candidatura a deputado federal homologada ontem, durante convenção do diretório paulista da sigla, realizada na Assembleia.

 “O PDT me acolheu de portas abertas. Me deu oportunidade de representar minha região, que hoje tem fraca representatividade (em Brasília). A gente vai fazer a diferença porque existe um clamor da sociedade por renovação na política e nós não temos rabo preso com nenhum sistema político que está aí hoje. O partido tem sinalizado que a minha candidatura é prioritária, porque eu represento uma região muito importante e forte”, frisou Orosco.

 DISPUTA

 Apesar de ser nome único do PDT na região a buscar cadeira nos legislativos federal e estadual, Orosco poderá disputar os mesmos votos com a ex-cunhada Vanelli Damo (PRB), irmã gêmea da ex-mulher do pedetista, a ex-deputada Vanessa Damo (MDB), e que tende a ser escolhida pelo clã Damo para defender o nome da família nas urnas. JC




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