Mas o novo chefe do governo japonês, Yoshiro Mori, declarou na quarta-feira à noite que ``nao pensava em absoluto numa dissoluçao do gabinete, neste momento'.
O Primeiro-Ministro, 26º desde 1945 e terceiro desde as últimas eleiçoes legislativas em 1996, foi eleito na quarta-feira pelos parlamentares, para substituir Keizo Obuchi, que foi vítima de uma embolia cerebral e se encontra em estado de coma desde domingo passado.
Imediatemente depois, um consenso se estabeleceu nos bastidores em torno de Mori, número dois do Partido Liberal Democrata, no campo conservador. Depois, o processo se desenvolveu como estava previsto, sem que tenha surgido outro candidato dentro do partido, e sem qualquer debate parlamentar, apesar da personalidade controvertida do novo chefe de governo.
Nesta quinta-feira, a imprensa divulgou um perfil controvertido do Premiê como ``desconhecido e pouco promissor', dizia a manchete do Asahi Shimbun (liberal), enquanto que o Mainichi Shimbun (centro) trouxe uma descriçao de suas sucessivas gafes. A última foi na quarta-feira, quando Mori falou da China usando um termo carregado de conotaçoes associadas à invasao japonesa ao país, em 1937.
``É extraordinário que o partido, ao escolher seu candidato, nao tenha considerado suas idéias políticas', escreveu o Asahi. ``Isso e mais o fato de a hospitalizaçao de Obuchi ter se mantido em segredo durante quase 24 horas, demonstra que este país ainda nao se adaptou a procedimentos democráticos e saudáveis', concluiu o jornal.
Por outro lado, a cada mês as pesquisas mostram a desconfiança dos japoneses em relaçao a uma vida política dominada quase totalmente pelo PLD desde o pós-guerra e onde a oposiçao, fraca e dividida, nao consegue apresentar uma alternativa digna de crédito.
Mas apesar de 62,5% dos japoneses estarem descontentes com a política da coalizao de centro-direita no poder, segundo uma recente pesquisa do Yomiuri, apenas uma escassa minoria apóia o Partido Democrático (centro-esquerda), a principal força de oposiçao. Para o PD, a única chance é de que o povo faça um maciço voto de protesto, nas próximas eleiçoes.
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