Em manobra para manter no Paço de Diadema pelo máximo de tempo possível a aliada Regina Gonçalves (PV), o prefeito Lauro Michels (PV) inverteu cargos na Secretaria de Habitação. Chefe da Pasta até a semana passada, a verde foi nomeada ontem como assistente de secretaria, enquanto que a então detentora do cargo, Márcia da Silva Carvalho, virou secretária. Em tese, Regina virou subordinada daquela que era sua auxiliar.

Oficializada no dia 3, a saída de Regina do comando da Habitação se deu porque a verde será candidata a deputada federal nas eleições de outubro. A legislação eleitoral exige que servidores que integram o primeiro escalão se desincompatibilizem de seus cargos em um prazo máximo de seis meses antes do dia da eleição – agendado para 7 de outubro.

Diferentemente do posto ocupado por Regina até dias atrás, a nova função da verde é de assessoramento e o limite para desincompatibilização é mais flexível: três meses antes do pleito. Ou seja, por conta da manobra de Lauro, Regina poderá ficar na Prefeitura até julho.

A estratégia foi colocada em prática com o governo Lauro comissionando Regina, que é servidora de carreira da Prefeitura de Diadema desde meados da década de 1980 – seu cargo de origem é técnica de projetos. Como secretária, Regina recebia R$ 10.533,25 por mês. Já na nova função terá remuneração de R$ 6.326,60 mensais. A legislação municipal não é clara sobre o quanto a verde deverá receber a partir de agora, se teria direito apenas à remuneração do cargo de origem ou se esse valor será somado ao salário da nova função.

Questionado pelo Diário sobre os motivos da troca e se enxerga eventuais conflitos no ato pelo fato de Regina Gonçalves ter chefiado a Pasta até a semana passada, o governo Lauro não se manifestou sobre o assunto.

Nas últimas semanas, Regina decidiu que sairá candidata a federal no pleito deste ano, em dobrada com o vice-prefeito Márcio da Farmácia, que trocou o PV pelo Podemos para disputar cadeira na Assembleia Legislativa.

VAGUINHO
Assim como Regina, o ex-vereador e ex-prefeiturável em Diadema Vaguinho (PRB) também terá até julho para se afastar do posto de assessor especial parlamentar na Assembleia, cujo salário é de R$ 15.083.96, lotado na cota da liderança do PRB, caso queira concorrer ao pleito deste ano. O republicano ensaia candidatura a estadual, mas ainda não afirmou oficialmente qual caminho deve seguir.