D+ Titulo Saúde
Sem motivação para se exercitar

Oito em cada dez jovens em todo o mundo não fazem atividade física o suficiente

Luís Felipe Soares
15/12/2019 | 07:10
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Divulgação


A energia típica da juventude parece estar se dissipando em ações que vão além de física. Pelo menos é que a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem avaliado sobre as novas gerações e seus hábitos. Entre revoluções criativas constantes e alto interesse em novidades tecnológicas em diversos tipos de plataformas, a preocupação com a saúde acaba ficando em segundo plano para os jovens em todo o planeta, com a falta de opções interessantes e seguras só complicando a situação. 

No primeiro estudo comparativo sobre o tema realizado pela entidade internacional, estima-se que oito em cada dez crianças e adolescentes com idade entre 11 e 17 anos não realizam atividade física suficiente. A OMS diz que o ideal seria que esse grupo realizasse, pelo menos, cerca de 60 minutos ou mais de ações livres, com frequência de cinco vezes ao longo da semana. Segundo a pesquisa, a preocupação aumenta na medida em que os níveis não apresentaram nenhuma melhor relevante nos últimos 15 anos. Foram analisados 1,6 milhão de participantes de 146 países, com o estudo tendo sido feito em 2016 e, os resultados, revelados neste semestre.

“Embora existam plataformas que permitam que esses jovens façam algum tipo de movimento enquanto jogam, a exemplo do Kinect (da Microsoft), o uso exacerbado de celulares e videogames tem impedido que atividades outdoor (em locais como praças, parques ou clubes) sejam executadas. Logo, há um deficit nos níveis de atividade física por parte desses jovens, culminando em um baixo desenvolvimento do repertório motor, tal como, das capacidades físicas como a força e a resistência”, alerta Allan Serafim, docente no curso de educação física da Universidade Metodista de São Paulo e especialista em treinamento esportivo. Ele reforça a ideia apontada pela OMS de que equipamentos eletrônicos atuam como alguns dos vilões desse cenário.

RECORTE BRASILEIRO

A pesquisa da OMS revela recorte brasileiro. No País, 84% dos adolescentes são menos ativos do que deveriam, com a porcentagem nacional sendo maior do que a global (81%). Detalhe que as garotas (89%) são mais afetadas do que os garotos (78%), parte por conta da falta de ações que sejam interessantes para o público feminino e a baixa sensação de segurança das meninas em realizar esportes ao ar livre. Os resultados acabam por refletir problemas junto a questões de políticas públicas efetivas pensadas para essa população jovem, principalmente no que concerne a esporte e lazer.

Um dos desafios de Serafim é tentar estimular os alunos de alguma maneira, para que participem das aulas de maneira ativa. “A ideia é mostrar aos jovens que o exercício físico não é uma punição e que a prática deve ser motivadora e divertida”, diz. “ Por isso, o jovem deve se sentir autônomo, construir relações e se sentir competente durante a atividade física, ou seja, ter a sensação de que suas necessidades psicológicas básicas estão sendo atendidas. Então, a premissa é incentivar o jovem a praticar alguma tarefa que ele goste, pois, assim, é possível que ele continue e sustente aquela prática durante a fase adulta, mantendo seus hábitos saudáveis.”

Treinamentos iniciados na adolescência fazem boa dupla com contato cedo com alimentação equilibrada. São fontes de prevenção de doenças e além. “Os benefícios são físicos, sociais e até mesmo psicológicos”, afirma o professor.




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