Política Titulo Ex-rivais
Salles não descarta elo com Paulinho

Para formalizar 3ª via forte, pedetista vê com bons olhos
aliança com tucano, que corre para conseguir aval interno

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/04/2012 | 07:29
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Por formalização de terceira via forte, o advogado e pré-candidato do PDT à Prefeitura de Santo André, Raimundo Salles, afirma que vê com "bons olhos" possível elo com o então adversário e pleiteante do PSDB à sucessão de Aidan Ravin (PTB), Paulinho Serra. Para o pedetista, com a união no processo daria condições para desbancar as candidaturas do PT, encabeçada pelo deputado estadual Carlos Grana, assim como a chapa de reeleição do prefeito Aidan Ravin (PTB).

Apesar de ponderar que sua pré-candidatura está colocada no cenário, Salles analisa que é crível o diálogo nesse sentido. Segundo ele, há espaço para a terceira via no panorama local e que a formação da chapa - aspirante a prefeito e vice - não seria empecilho. "Se o Paulinho me procurar, podemos conversar. Não enxergo problema numa aliança. Após pesquisa (de intenção de voto), se ele estiver melhor colocado no levantamento, eu aceitaria compor (na chapa)."

Salles e Paulinho tiveram rusgas no passado, quando faziam parte da mesma fileira: o PFL, hoje DEM. Depois do episódio, o tucano está no segundo mandato como vereador e o advogado disputou duas eleições proporcionais - à Câmara Federal em 2006 e à Assembleia Legislativa em 2010 - e uma majoritária, em 2008, ao concorrer à principal cadeira do Executivo andreense, ficando em terceiro lugar, com 70 mil votos.

Diante da incerteza do tucanato em relação ao voo solo municipal, Paulinho evita dar incentivo ao eventual acordo num primeiro momento. O tucano segue a linha de que é necessário, primeiramente, aparar as arestas no reduto interno. "Por enquanto, não existe nada de concreto. Prioridade é reagrupar o PSDB." O PSDB aguarda o desenrolar das investigações sobre o suposto esquema de corrupção no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) para decidir se concretiza ou não parceria com Aidan.

Interlocutores das duas pré-campanhas fazem leitura política de que a eventual queda de Aidan nas pesquisas por conta do escândalo na autarquia andreense, aliada à margem de rejeição petista, abriria sobra eleitoral para os dois, formando frente contra a polarização histórica de PTB e PT de 30 anos na cidade. A parceria partidária sacramentada no âmbito estadual seria o principal trunfo para fomentar o apoio.

 

OUTRAS FRENTES

Em contrapartida, o PT busca aliança com PDT e o PTB ainda tenta emplacar adesão com o PSDB. Os petistas, por intermédio do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), fizeram diálogo com Salles. Ao mesmo tempo, o alto escalão do PSDB já procurou o pedetista para formar, ao lado de Aidan, um bloco antiPT. "De fato, tucanos me chamaram com o objetivo de unir forças para bater o PT no primeiro turno. Havia esse entendimento político em caso de polarização com o Grana, mas isso ocorreu antes das denúncias (no Semasa). Entretanto, o PDT tem proximidade com o PT", alega Salles.




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