Do Diário do Grande ABC
28/07/1999 | 21:48
Um estudo internacional, que contou com a participaçao do Brasil, descobriu que uma substância conhecida, chamada espironolactona, reduz em até 30% a mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca. Esse problema atinge entre 10 milhoes e 12 milhoes de brasileiros. Nos casos mais graves, a soluçao está no transplante. Com o uso
da substância, os médicos podem estabilizar o estado do paciente
sem que haja a necessidade de cirurgia.
A pesquisa, coordenada no Brasil por José Antonio F.
Ramires, cardiologista do Instituto do Coraçao (Incor), em Sao
Paulo, avaliou 1.663 pacientes de 15 países. No Brasil, 372
doentes foram acompanhados por 34 médicos de vários Estados.
Segundo Ramires, o estudo constatou que a espironolactona,
produzida comercialmente pelo Laboratório Searle, com a marca
Aldactone, reduziu o risco da progressao da insuficiência
cardíaca em 34%.
Quando um paciente tem insuficiência cardíaca, o corpo
tenta compensar a falta de força com que o coraçao bombeia o
sangue. Para isso, produz aldosterona, que retém água no corpo,
o que ajuda o bombeamento, mas provoca fibrose no coraçao,
piorando o quadro do paciente. A fibrose é um processo de
cicatrizaçao que, quando ocorre em excesso, como no caso da
insuficiência cardíaca, passa a ser agressivo ao corpo.
O Aldactone bloqueia os receptores de aldosterona nas
células, impedindo, assim, que a substância atue no corpo.
"Esse remédio abre espaço para uma nova classe de remédios que
nao se conhecia antes do Aldactone e que poderá ajudar muito os
pacientes cardíacos", disse Ramires.
Olá, leitor!
Informação de qualidade tem valor.
Ou acesse todo o conteúdo de forma ilimitada: