Política Titulo Editorial
Mais do que cortar gastos
Do Diário do Grande ABC
06/06/2021 | 09:46
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Apertar os cintos, medida já adotada pela imensa maioria das famílias brasileiras desde o ano passado, sob o impacto da crise financeira causada pelo novo coronavírus, tem virado mantra no discurso de administradores públicos País afora, inclusive no Grande ABC. Preocupados, com razão, pela possibilidade de terem de enfrentar uma terceira onda de casos e mortes – como alertam especialistas no rastro do recrudescimento da pandemia –, aumento de gastos no enfrentamento do vírus, receita em queda e encolhimento de repasses por parte dos governos do Estado e federal, prefeitos da região têm determinado contenção de despesas.

Medida louvável, diga-se, mas é preciso preservar os recursos necessários para garantir que os serviços prestados à população não sejam precarizados, sobretudo na área da saúde, que tem exigido investimentos pesados devido à Covid e esforço descomunal dos profissionais que estão na linha de frente do combate ao vírus. E estes não podem ficar abandonados à própria sorte, sem equipamentos, insumos e medicamentos para salvar vidas e proteger as deles.

Significa, principalmente, vigilância constante sobre a aplicação do dinheiro público, que não raro escorre por ralos de corrupção. Aliás, em tempos de pandemia o risco é ainda maior, tendo em vista que contratos podem ser fechados sem passar pelo crivo e regras da Lei de Licitações. Não por acaso, desde 2020 foram muitas as denúncias, nos quatro cantos do Brasil, de desvio de recursos sob a rubrica da emergência.

Todos sabemos que prefeitos, governadores e presidente não têm como fiscalizar diretamente todos os gastos, ainda mais em administrações pantagruélicas como as existentes no Brasil. Porém, cabe a eles criar mecanismos e montar equipes capazes de acompanhar as ações de agentes públicos, a fim de impedir o sucesso daqueles cujas intenções não são das melhores para a sociedade. Apertar os cintos é importante, mas saber para onde vai o dinheiro do povo é obrigação. 




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