O Idum (Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos) anuncia nesta terça-feira o início de uma campanha para impedir o aumento abusivo dos preços dos remédios. Segundo o coordenador do Idum, Antônio Barbosa, o programa encaminhará à Cemed (Câmara de Medicamentos), órgão responsável pela política de preços, um relatório que aponta reajuste excessivo de preços em 1.039 medicamentos, para que sejam adotadas medidas de punição à indústria farmacêutica.

Em 31 de março, o governo autorizou aumento de no máximo 5,51% do preço dos medicamentos. Mas, na comparação da tabela divulgada na Revista ABCFarma, da própria indústria farmacêutica, entre março e abril, há remédios cujos preços subiram mais que o dobro. É o caso do antibiótico Nemoxil, do Laboratório Neckerman, que em março custava R$ 14,30 e passou a custar R$ 36,99, em abril, registrando-se aumento de 158,67%.

"Estamos pedindo a suspensão desses medicamentos porque o aumento praticado não se justifica", argumentou Barbosa. Para ele, os preços dos remédios deveriam ser reduzidos, uma vez que o governo promoveu, nos últimos anos, incentivos fiscais como a isenção do PIS e da Cofins. Além disso, 90% da matéria-prima utilizada pelos laboratórios é importada. "Quando o dólar atingiu R$ 3,80 os laboratórios pediram autorização para aumentar os preços alegando a cotação. Agora que o dólar está abaixo dos R$ 2, ao invés de reduzir os preços ele fizeram foi aumentar."

O Idum informa que, a partir do fim abril, vai percorrer as capitais brasileiras para realizar parcerias com organizações representativas da sociedade civil na tentativa de ampliar a campanha por medicamentos mais baratos.

Segundo o Idum, os dez medicamentos que apresentaram maiores aumentos entre março e abril foram o Nemoxil (laboratório Neckerman); Neocopan (laboratório Ducto);  Venafort (laboratório Teuto); Apetibe (laboratório Luper); Losaprol 20 miligramas (Luper); Amoxibron (Kinder); Neocopan gotas (Ducto); Luparen (Luper); Losaprol 10miligramas (Luper); Benatux (Cifarma).