Jovens de comunidades da região narram seus desafios

 Pesquisa promovida pela gestora de projetos socioculturais para juventudes da Fundação Itaú Social, Fernanda Zanelli, ressaltou dados relevantes sobre como os jovens da periferia de São Paulo têm lidado com o desafio de buscar oportunidades, diante de questões que variam desde a mobilidade até o dilema entre estudar ou trabalhar.

 Todas as histórias sobre batalhas, sonhos e desafios deram origem à publicação on-line nomeada Novos Fluxos: Trajetórias de Jovens nas Periferias da Cidade, criação que contou com a participação de moradores do Grande ABC. Entre as observações feitas pelos jovens da região, com faixa etária de 15 a 29 anos, está a falta de lugares que invistam em socialização e lazer. “Na minha comunidade, como em outras de São Paulo, o investimento e o acesso à Cultura são bem precários. Gostaria que tivessem mais ações”, comenta o morador de Diadema, Rodolfo Almeida, 26 anos, mais conhecido como B-boy Grilo, e que atua como produtor cultural e fomentador de arte.

 Já para Rogério Pontes Carvalho, 25, que mora no Jardim das Orquídeas, em São Bernardo, e estuda Ciências Econômicas na Universidade Federal do ABC, é necessário entender, antes de mais nada, o que de fato significa este incentivo cultural nas periferias. “Não necessariamente aquilo que você gosta de fazer, seja uma festa, um baile ou um forró, está relacionado à cultura do País. É mais um lazer”, destaca.

 Além deste aspecto, a publicação também traz discussões como o fomento de coletivos que ministram aulas, como as de Fotografia, Moda e Design, que contribuem com a economia criativa como uma aposta para quem deseja relacionar com o trabalho e ainda busca alternativas em obter renda e desenvolver seus talentos artísticos. Apesar disso, a maioria dos estudantes entrevistados demonstra cuidado ao pensar em determinadas carreiras, consideradas no mercado como pouco rentáveis.