A carta de 20 páginas dirigida ao Congresso está assinada pelo conselheiro científico do presidente George W. Bush, John Marburger, e é uma resposta às acusações feitas em fevereiro por um grupo de pesquisadores também enviadas ao Congresso.

Em sua acusação, os cientistas reprovam a Casa Branca pela manipulação de pesquisas para justificar as atitudes de Bush, principalmente em relação ao aquecimento global, à poluição e às células embrionárias.

No texto, os pesquisadores, entre eles dois Prêmio Nobel, estimam que "a supressão ou deformação da ciência por parte da administração Bush é sem precedentes" e denunciaram "interferências políticas com as investigações científicas independentes".

À crítica segundo a qual a equipe de Bush escolhe os cientistas que a aconselham segundo seu partido político, Marburger respondeu que é "um democrata desde sempre" que trabalha para um presidente republicano.

Os pesquisadores também acusaram a Casa Branca de ter eliminado elementos que demonstram o efeito da ação humana no aquecimento global, em um informe da Agência de Proteção do Meio Ambiente, para estar em sintonia com a negativa de Bush ao Protocolo de Kioto.

Marburger justificou esta decisão pelo fato que "outros informes mais completos sobre a mudança climática estavam em andamento". Sobre a política científica da Casa Branca, os pesquisadores escreveram: "Seja sobre a qualidade do ar, a mudança climática ou a pintura com pigmentos de chumbo, esta atitude tem sérias conseqüências para todos os americanos".