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BNDES já desembolsou R$ 16 bi para frigoríficos
25/07/2010 | 07:05
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A estratégia oficial de turbinar frigoríficos para transformá-los em gigantes mundiais está prestes a bater a marca de R$ 18,5 bilhões recebidos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento e Econômico e Social). A maior parte desse dinheiro vem sendo aplicada para financiar campanha agressiva de aquisições de concorrentes no Brasil e no exterior. Até agora, o banco estatal já desembolsou R$ 16 bilhões com o setor - R$ 6 bilhões em empréstimos e R$ 10 bilhões na aquisição de participação acionária. Outros R$ 2,5 bilhões foram prometidos para financiar mais uma compra: a da americana Keystone Foods.

A política do governo de criar grandes multinacionais brasileiras voltou ao debate com a campanha eleitoral e a discussão sobre o papel do BNDES no próximo governo. Nos frigoríficos, a tática de "engorda" começa a entusiasmar os investidores, que enxergam oportunidades de lucro com os papéis dessas empresas. Mas incomoda concorrentes menores e pecuaristas, aborrecidos com a concentração de poder.

Uma das críticas é que o BNDES estaria subsidiando empresários que poderiam se virar sozinhos. O banco, porém, afirma que a maior parte do dinheiro investido nos frigoríficos não é subsidiado pelo Tesouro Nacional, nem sai do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador). São recursos captados com investidores pela BNDESPar, subsidiária do banco, e repassados aos frigoríficos a custos de mercado. Empresários do setor, que pedem anonimato por medo de contrariar o governo, questionam a escolha dos parceiros do BNDES. 

No setor, circula a versão de que um dos pontos fortes são suas conexões políticas. Líderes num setor que exibe margens de retorno baixas e riscos altos, a avaliação do mercado é que essas empresas não teriam ido tão longe sem o BNDES - já que os investidores passaram a olhar os frigoríficos com mais interesse há pouco tempo.




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