Lembro do velho Maranesi, calvo, gordo e sempre com um charuto na boca...
“Lembro do velho Maranesi, calvo, gordo e sempre com um charuto na boca e, do lado esquerdo de quem olhava para o posto, o elevador de autos.”
Cf. Roberto Pelosini, empresário, sobre os postos de gasolina que os Maranesi mantiveram na Rua Marechal Deodoro.
Seguimos pela Rua Marechal Deodoro, lado ímpar, e chegamos ao coração da cidade, o Largo da Matriz, de tantas e tantas histórias. Cite uma, Clarivalde Versolatto.
- As grandes festas eram realizadas no Largo da Matriz. A italianada da colônia era ali reunida. Trazia carvão, batata, lenha, tudo aquilo que era produzido por eles no Montanhão, no Batistini, no Demarchi, nos Casa, no Rio Grande.
- Os produtos eram leiloados, rifados, em benefício da igreja.
- E havia o pau-de-sebo, o porco ensebado, os fogos de artifício, as procissões, a festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, a Procissão dos Carroceiros. No centro de tudo, o Largo da Matriz.
SEGUIMOS
Acompanhem com o Versolatto a descrição que se segue. Cada domicílio ganharia dele uma história, uma lembrança, uma descrição repleta de detalhes e curiosidades. A história real e viva da velha Vila de São Bernardo, que não se encontra em livro algum no seu todo e que ganha realeza no jeito de contar desse homem que fala rápido, caminha rápido, adora uma boa conversa – preferencialmente em uma esquina dessas históricas da querida Rua Marechal Deodoro.
Lado ímpar (continuação)
- Casa da família de Carlos Maranesi
- Dr. Rossi (dentista)
- Alfaiataria do Macedo
- Farmácia do Sr. Afonso
- Antigo prédio do Correio
- Loteria do Nenê Amiratti
- Residência do Ritucci
- Casa de peças de automóveis Waldemar Maranesi
- Clínica Oftalma Batista da Luz
- Tipografia Gilberto Lazzuri
- Charutaria Ritucci (depois sobrado Gijon Venessia e Móveis Basso & Berardi)
- Largo da Matriz (capela centenária de Nossa Senhora da Boa Viagem)
- Terreno do Turco
- Família Hermínia Linek
- Armazém de secos e molhados Ítalo Lazzuri
- Açougue dos Lazzuri (João e Oliveiro)
- Bar e Restaurante do Português
- Barbearia do Ninilo
- Cine São Bernardo (Família Francisco Miele)
- Venda de jornais da família Assumpção
- Bar dos Ginesi (Guazzelli)
- Barbearia do Salum (frequentada diariamente pelo prefeito Lauro Gomes)
- Bar Expresso do Sr. Salim Tabet
- Loja do Turco (depois Bar do Demarchi)
- Loja do Fanani (artigos domésticos)
- Depósito de materiais de construção Sr. Salerno
- Câmara Municipal (depois gabinete do prefeito Wallace Simonsen)
- Loja do Samuel Plat
- Quitanda do Santiago (massagista)
- Casa do Osvaldo Maranesi
- Sociedade Italiana (local de bailes e festas da cidade. Ali foi recepcionado o presidente Getúlio Vargas, na década de 1940)
- Colchoaria do Jau (o carnavalesco)
- Loja da Senhora Cezira (depois da Família Samuel)
- Banco Mercantil (gerenciado por muitos anos por Olavo Pasin)
- Cibus, armazém de secos e molhados (depois da Família Horita)
- Comitê político de Tereza Delta
- Bicicletaria do Souza (depois do Marotti)
Continua
Em 27 de fevereiro de...
1897 – Lavrada a escritura de venda do terreno da Vila Nova ou Martim Smith, no Alto da Serra (Paranapiacaba). No total, 80 alqueires e meio, o equivalente a 1.948.100 m². Valor: 45 mil contos de réis.
- O negócio registra a presença de nomes que fizeram história.
- Francisco Rabelo Lobo, de São Bernardo, e Willian Speers (da São Paulo Railway).
- Proprietários anteriores: Antonio Queiroz dos Santos e mulher; e Albino Gonçalves Moreira.
- As terras foram arrendadas a dois ocupantes: Francisco Fenoli e José Maria Quaresma.
- Fazia limites com terras de Luis Antonio Rodrigues, João Maria Quaresma, Miguel Lopes e José Mariano Carneiro.
Fonte: Registros do 2º Tabelião, folhas 44 e 45. Pesquisa: Adalberto Dias Almeida.
1916 – Futebol em Santo André: AA São Bernardo 0, União Paulista FBC 4; entre os segundos quadros, vitória dos locais por 6 a 3.
- A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Formação de um novo exército australiano’.
Diário há 30 anos
Quinta-feira, 27 de fevereiro de 1986 - ano 28, nº 6069
Manchete – Loto sorteia hoje Cr$ 34 bilhões. É o maior prêmio da sua história
Paranapiacaba – Distrito vai combater borrachudos. Como parte dos trabalhos, cursos d’água serão demarcados.
São Caetano – Luminárias a vapor de sódio substituem as de vapor a mercúrio.
Polícia – Identificado o assassino de taxista do Ponto 17, em São Bernardo.
Santos do Dia
- Santo Leandro (Espanha, Cartagena, 540 – Sevilha, 600). O nome significa força de leão. Pertencia a uma família de santos, dos irmãos Isidoro, Fulgêncio e Florentina. Bispo de Sevilha. Deve-se a ele o ressurgimento da vida cristã na Península Ibérica. Foram estabelecidas paróquias. Fundados mosteiros. Realizados concílios.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza
- Valdomiro
- Besas
Nas Ondas do Rádio
Viagem no Tempo. Internet: www.viagemnotempo.net. Produção e apresentação: Marcelo Duarte.
- Vinte e quatro horas por dia no ar, com programas especiais aos finais de semana:
- Rádio Vitrola, sábados, 22h, com reprise aos domingos, 7h.
- Clássicos sertanejos, domingos, 6h.
- Momento Jovem Guarda – domingos, 10h, com reprise às 22h.
- Ao som de um bolero – domingos, 11h
Rádio ABC (1570). Causas Nobres. Ao vivo, no estúdio, uma entrevista com Cleiton Henrique Pereira, presidente da Creche João XXIII, de Santo André. Produção e apresentação: Antonio Dalto. Hoje, às 10h.
Bandeirantes AM (840) e FM (90,9). Memória. Jornalista Milton Parron – produtor e apresentador, coordenador do Cedom (Centro de Documentação e Memória da Band) – resolve produzir programa diferente, com poesias, historietas, livros e peças de teatro que só se tornaram populares porque foram musicalizados em um certo momento. Entre as atrações:
- Morte e Vida Severina. O próprio autor, João Cabral de Melo Neto, passou a admitir que sua obra tinha muito mais a cara do Chico Buarque de Holanda por causa da música Funeral de Lavrador introduzida na peça.
- Manoel Bandeira recita Pasárgada. Portela (1973) com o samba enredo Amigo do Rei, descreve o reinado de Pasárgada. Desde então, pessoas de todas as camadas sociais conheceram de perto a obra de Bandeira.
- A Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Escrito em
1843, o poema foi musicado no final do século 19 por um espanhol e foi a música que arrancou lágrimas da família imperial do Brasil por ocasião do exílio de Dom Pedro II.
- Escolhemos um lindíssimo poema do escritor e médico santista Martins Fontes, que um dia foi musicado por Mary Buarque e Inezita Barroso gravou em 1966. Fala da São Paulo que nossos avós conheceram no esplendor da explosão industrial lá pelos anos 20 e 30 e chama-se Serenata, de uma beleza invulgar.
- Carlos Gomes, com o Guarani e Quem Sabe e a triste história do próprio gênio da música clássica brasileira que perdeu a mãe quando criança ainda, vítima de assassinato.
- O Hino da Abdicação, de 1831, homenageando Dom Pedro I quando abdicou do trono em favor de seu filho, o futuro Pedro II. Esse hino, com mudança da letra, é o atual Hino Nacional Brasileiro. O original será apresentado, assim como a primeira versão já como Hino Nacional, época em que a introdução hoje apenas instrumental, também tinha versos e era, portanto, cantada.
Hoje, às 23h, com reprise amanhã, às 5h.
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