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Rodoanel é vital ao Pólo Petroquímico
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
09/07/2007 | 07:00
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A recente retomada das obras do Rodoanel, em seu trecho Sul, encheu de expectativas as empresas do setor químico e petroquímico da região. O benefício deverá ser geral para a atividade econômica dos sete municípios, mas as companhias do segmento prevêem que serão especialmente beneficiadas.

Esse trecho, que deverá ser concluído em setembro de 2010, fará a interligação da Rodovia Régis Bittencourt – no entroncamento com o trecho Oeste – com as rodovias Anchieta e Imigrantes e com o prolongamento da Avenida Papa João XXIII (em Mauá), que será duplicada. Junto com a futura extensão da Avenida Jacu-Pêssego, a ligação facilitará a chegada à Zona Leste de São Paulo.

O Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) estima que quando a nova etapa do anel viário estiver pronta haverá uma redução de 43% no movimento de caminhões na Marginal Pinheiro e de 37% na Avenida dos Bandeirantes.

Com o tráfego mais desafogado, se prevê ganhos significativos no tempo de entrega e nos custos das operações das empresas. No caso do Pólo Petroquímico de Capuava (localizada parte em Mauá e parte em Santo André), a obra vai permitir que muitos veículos deixem de circular pelas avenidas do Estado e Aricanduva, o que vai facilitar o escoamento de produtos.

O gerente de produção da Unipar Comercial, Jorge Garcia Peixoto, calcula que haverá ganhos de competitividade para todo o Pólo. Ele explica que atualmente as pressões sobre custos e sobre os resultados fazem com que os clientes operem com estoques muito baixos, “o que transfere a responsabilidade pela disponibilidade da matéria-prima ao nosso sistema de distribuição”.

A empresa distribui produtos petroquímicos para fabricantes de peças de plástico, calçados, gráficas e indústria de tintas, entre outras, e movimenta atualmente uma média de 40 veículos por dia.

A companhia já tem projeto para ampliar em 100% a área de armazenagem e movimentação de seu centro de distribuição, e os ganhos decorrentes da conclusão do Rodoanel podem antecipar esses planos.

Roberto Giannini, diretor da Bandeirante Química, de São Bernardo, cita outras vantagens para a atividade. Sua empresa movimenta em média de 40 a 60 caminhões por dia (frota terceirizada), muitos do quais carregam produtos classificados como perigosos e que têm restrições de horários para o tráfego dentro da Capital: não podem transitar das 7h às 10h e das 17h às 20h durante a semana. A restrição significa carga parada e, como se sabe, tempo é dinheiro. “Se o caminhão sair às 6h, tenho de pagar extra para o motorista”, acrescenta.

COM ATRASO

Apesar dos benefícios, Giannini, que também é diretor adjunto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, afirma que a Região Metropolitana está atrasada em relação a outras metrópoles no mundo.

“Pequim já tem cinco Rodoanéis; Paris tem quatro. Já devíamos discutir onde colocar outro e fazer o Ferroanel, que também é importante para desafogar a malha ferroviária”.



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