Grupo lança ofício de preocupação com a demora para definição do novo dirigente
O Conselho Universitário da UFABC (Universidade Federal do ABC) formalizou ofício, denominado moção de preocupação, encaminhado ao MEC (Ministério da Educação), pressionando sobre a demora do presidente Michel Temer (MDB) em definir o novo reitor da instituição. O imbróglio sobre a nomeação se arrasta desde novembro do ano passado, quando a eleição interna se encerrou com Dácio Roberto Matheus como vencedor do processo.
Em nota assinada pelo presidente em exercício do conselho, Charles Morphy Dias dos Santos, o grupo pediu que a nomeação respeite o resultado do processo eleitoral. “Diante disso, o ConsUni espera que a nomeação do primeiro indicado pelo colégio eleitoral dessa universidade ocorra em breve”, comentou, no texto.
Curiosamente fazem parte do conselho, nas condições de presidente e de vice-presidente, o reitor Klaus Capelle e o próprio Dácio, vice-reitor pro tempore, respectivamente. Outro nome que integra a estrutura é Ronei Miotto, que também concorreu ao cargo de reitor no pleito do ano passado.
Apesar da movimentação a seu a favor, Dácio já começou a efetuar nomeações e exonerações na instituição de ensino. Isso acontece porque, no dia 15 de fevereiro, ele foi nomeado vice-reitor pro tempore pelo atual reitor pro tempore, Klaus Capelle.
Desde então, a maioria dos atos oficiais da universidade tem sido assinada pelo professor mais votado na eleição interna, realizada em novembro. O último pacote de alterações foi publicado no dia 23 de março e contou com mudanças na chefia de gabinete, que passou a autorizar ordenação de despesas.
Além disso, já haviam sido feitas diversas trocas e nomeações em cargos ligados ao comando da UFABC, como nas pró-reitorias de extensão e cultura, de graduação e de assuntos comunitários e políticas afirmativas.
Dácio Matheus também nomeou profissionais da universidade para cargos de coordenação. Cabe lembrar que as funções de pró-reitor possuem gratificação de R$ 6.467,10, somada ao salário de docente, que varia entre R$ 16 mil e R$ 19 mil.
O Diário mostrou que grupos de pessoas ligadas à universidade apontaram possíveis irregularidades tanto na formação do colégio eleitoral interno quanto no sistema eletrônico de votação.
O conselho universitário possui 42 integrantes votantes, dos quais 28 compareceram, exatamente o necessário para se atingir os dois terços exigidos para que a votação fosse válida, conforme regulamento interno. No entanto, a eleição contou com duas abstenções, o que não estaria previsto, de acordo com uma nota técnica do Ministério da Educação, de 2011.
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