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Acionistas da Telefónica aprovam aumento de capital de US$ 21 bi
Do Diário do Grande ABC
04/02/2000 | 13:29
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A Assembléia Geral Extraordinária (AGE) do Grupo Telefónica aprovou nesta sexta, em Madri, a ampliaçao de capital da companhia por um total de 3,5 trilhoes de pesetas (cerca de US$ 21,8 bilhoes), valor que representa 922 milhoes de açoes. Essa operaçao, a mais ambiciosa da história do maior grupo privado espanhol, permitirá fazer a OPA (Oferta Pública de Açoes) para 100% das companhias controladas pela Telefónica no Brasil, Argentina e Peru, e, depois, reorganizar a estrutura dessas subsidiárias.

"A proposta do Conselho de Administraçao para ampliar o capital teve apoio da grande maioria dos acionistas", disse um alto executivo do grupo à Agência Estado, por telefone de Madri. De acordo com essa fonte, as novas açoes serao oferecidas agora aos acionistas das subsidiárias latino-americanas (exceto aos da CTC do Chile), pelas quais os atuais detentores terao de renunciar a seu direito de subscriçao preferencial.

"Trata-se da maior ampliaçao de capital jamais feita no nosso mercado e é uma operaçao histórica para a Telefónica, que vai permitir consolidar a sua liderança na América Latina", disse Juan Villalonga, presidente do grupo, durante a AGE. Nas últimas três semanas, os mercados anteciparam, de alguma forma, o resultado da operaçao da Telefónica, que inclui um prêmio de 40% pelas açoes da Telesp, TeleSudeste Celular, Telefónica de Argentina e Telefónica de Peru.

Desde que a Telefónica anunciou, no dia 13 de janeiro, o lançamento das OPAs pelas açoes das suas subsidiárias latino-americanas, os papéis da Telesp subiram 13,4% e da TeleSudeste Celular, 33,3%. Já as açoes da Telefónica de Argentina e da Telefónica de Peru dispararam 39,6% e 27,4%, respectivamente. Logo depois do anúncio do resultado da AGE em Madri, as açoes PN da Telesp chegaram a subir 2,80%.

Analistas do setor de telecomunicaçoes acreditam que as OPAs devem fortalecer o Grupo Telefónica diante de seus principais concorrentes, já que os acionistas terao acesso a um grupo de "dimensao multinacional". Se as OPAs forem cobertas em 100%, por exemplo, os acionistas das subsidiárias latino-americanas acabarao controlando 18,9% do novo grupo.

"Se a oferta pública de açoes for um sucesso, entraremos no seleto grupo das empresas de telecomunicaçoes cuja capitalizaçao supera os US$ 100 bilhoes, o que ajuda a proteger-nos contra possíveis tentativas de aquisiçoes hostis", declarou Villalonga.

Com a integraçao das subsidiárias latino-americanas, a Telefónica se transforma na segunda maior operadora de telefonia fixa da Europa (cerca de 40 milhoes de linhas), atrás apenas da Deutsche Telekom, e na sexta em telefonia celular no mundo, com 15 milhoes de clientes.

Atualmente a Telefónica detém 25,7% da Telesp, 36,4% da TeleSudeste Celular, 51% da Telefónica de Argentina e 36,4% da Telefónica de Peru. A ampliaçao de capital nao prevê desembolso alguma de recursos financeiros, já que a OPA será feita por meio de troca de açoes do Grupo Telefónica por aquelas que estao em poder dos acionistas minoritários. O grupo vai oferecer 15 açoes para cada 90 da Telefónica de Argentina, 36 por 46 mil açoes ordinárias da Telesp, 12 açoes para cada 55 mil da TeleSudeste Celular e sete de seus ADS para cada 290 açoes da Telefónica de Peru.




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