De volta ao São Caetano – foi apresentado na última segunda-feira –, o atacante Luizão, 32 anos, revela em entrevista ao Diário que temeu por sua carreira, após uma fratura em que rompeu um ligamento no peito do pé direito. A lesão aconteceu em maio de 2006 e, segundo o atleta, só foi descoberta alguns meses depois,

Na ocasião, o atacante defendia o Flamengo e se machucou em uma dividida com Sérgio Manoel, do Botafogo. “Fiz exames e não aparecia nada, até que o médico pediu a ressonância. Até descobrirem o que era, praticamente não conseguia jogar, pois às vezes sentia dores. Algumas vezes tive de fazer infiltração.”

A solução, disse o jogador, foi a cirurgia – em janeiro de 2007 – para a implantação de cinco pinos no pé. “Foi o momento mais complicado de minha carreira. Pensei que seria o fim.” Após a operação, foram cinco longos meses de recuperação.

Superação - O jogador avalia que o convívio com a família, os amigos e a fuga da rotina diária da fisioterapia e das esteiras o ajudaram a superar o drama de não poder fazer o que mais gosta. “Aproveitei para fazer o que no dia-a-dia de trabalho não podia, como estar mais próximo de meus dois filhos (Yasmin e Rocco, de 6 e 3 anos, respectivamente) e ir à praia. Isso tudo serviu para arejar minha cabeça. Se me fechasse em um clube para me recuperar, ficaria maluco.”

Com a experiência de quem já passou por nove cirurgias na carreira – quatro delas no joelho direito –, o atleta do São Caetano diz acreditar que, além do apoio da família e dos amigos, a própria vontade é que determinará se o amigo e atacante do Milan, Ronaldo, voltará aos gramados.

Há poucos dias, Ronaldo foi operado do joelho esquerdo após romper o tendão patelar. “Em momentos como este, a cabeça fica meio conturbada. Acho que ele tem total condições de voltar. É só acreditar e fazer o tratamento.”

Luizão também teve outros momentos difíceis na carreira e garante que só não desistiu por sua devoção ao futebol. E as marcas dessa dedicação podem ser vistas até no rosto do atleta. “Em 2005, em uma partida contra o Coritiba (defendendo o São Paulo) bati a testa (próximo ao supercílio esquerdo) contra a cabeça de um jogador e levei 20 pontos. Isso foi num domingo (pelo Campeonato Brasileiro) e três dias depois enfrentei o Palmeiras na Libertadores.”

Mas o maior abatimento em sua carreira, destaca Luizão, oconteceu em 2001 quando defendia o Corinthians em um jogo com a Portuguesa e rompeu o ligamento cruzado do joelho direito. “Eu estava sendo vendido para o Borussia Dortmund (Alemanha). Perdi a chance de fazer um bom contrato. Mas não desisti.”

Carreira - No momento, Luizão se recupera de cirurgia feita em outubro do ano passado no ligamento cruzado anterior do joelho direito e garante que nem passa por sua cabeça abandonar o futebol em breve. “Sei que ainda posso fazer muitas coisas. Jogo por prazer e isso me deu forças para superar todos os problemas que tive. Um dia vou encerrar (carreira), mas quero fazê-lo jogando.”