Economia Titulo Projeções
Mercado automotivo brasileiro será referência para negócios
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
25/05/2009 | 07:02
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A indústria automotiva mundial terá de se "reinventar". Essa é a conclusão do Global Financial Crisis Bulletin. Parte dessa renovação deve partir dos modelos produtivo e de negócios brasileiro.

Segundo o relatório sobre a crise financeira internacional produzido pela Protiviti, empresa internacional de consultoria em gestão de riscos, esse é um momento de revisão do mercado automotivo, que deve continuar desacelerado pelo menos até o final do ano.

Segundo Waldemir Bulla, sócio-diretor da Protiviti Brasil, os abalos no setor começaram antes da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, tido como marco inicial da crise financeira internacional, em setembro do ano passado. "Os carros utilitários, chamados SUVs, já vinham perdendo espaço com a alta no preço da gasolina", explica.

Hoje, a meta do mercado norte-americano é desenvolver modelos compactos e médios, mais adequados à nova realidade da população local. "A impressão que tenho é de que as montadoras não olharam com tanta atenção seu mix de produtos nos Estados Unidos e hoje precisam desenvolver uma expertise para esse cenário", avalia Bulla.

"As três maiores montadoras norte-americanas (Ford, GM e Chrysler) perderam 17% da sua fatia de mercado", aponta o sócio-diretor da Protiviti. Segundo Bulla, "essa reação é semelhante à de empresas muito grandes que não avaliam seus riscos no momento adequado. As empresas demoraram muito para entender o movimento do mercado."

Nesse sentido, o mercado brasileiro, substancialmente compacto, passa a ser referência. Ao final de março a General Motors do Brasil anunciou a possibilidade de envio de mão de obra de sua planta local para as instalações dos Estados Unidos. "As montadoras foram muito efetivas na construção e venda do conceito de veículos econômicos e competitivos no Brasil", lembra o sócio-diretor da Protiviti.

Para Bulla, o Brasil tem condições de exportar não só conhecimento técnico como gestão de risco e crises para o setor automotivo. A economia jovem e o mix de veículos completamente ajustado ao mercado nacional carregam uma melhor percepção da economia brasileira por parte dos empresários. "A busca agora é pelo ajuste à realidade. A proposta está mais alinhada ao espaço que a economia tem para crescer", afirma o executivo. "Hoje temos que estar muito atentos a cada movimento do mercado. O mercado brasileiro sobreviveu a crises internas, alta inflação. Quem venceu esses obstáculos tem versatilidade para atuar em qualquer cenário."




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