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MST espera iniciar negociaçoes com o governo até 4ª
Do Diário do Grande ABC
07/05/2000 | 17:23
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) espera que até quarta-feira o governo abra as negociaçoes com o movimento. Se até lá o governo nao se pronunciar, o MST poderá voltar às invasoes. "Aguardamos que o governo reconsidere a sua posiçao e a responsabilidade do que vai acontecer daqui por diante é do governo", afirma um dos dirigentes nacionais do MST, Jaime Amorim.

O MST, segundo Amorim, mantém firme a sua posiçao de nao negociar somente com os ministros do Desenvolvimento Agrário, Raul Jugmann, e da Justiça, José Gregori. Eles insistem na presença do ministro da Fazenda, Pedro Malan, ou da Casa Civil, Pedro Parente. "Queremos alguém que resolva", disse.

O ministro Jugmann afirmou na última sexta-feira, depois de um encontro com o ministro Malan, que o MST tentou eliminá-lo das negociaçoes, e que nao é o movimento que define com quem vai conversar. "No passado, outras pessoas da área econômica, a meu convite, sentaram e conversaram. Nao cabe ao MST escolher quem é o interlocutor. Se eu entender que devo convidar alguém, eu convido", disse o ministro.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foram chamadas a articular junto ao governo a abertura das negociaçoes. Nesta segunda-feira, a solicitaçao de mediaçao será discutida durante reuniao do Pleno do Conselho Federal da OAB.

O presidente da OAB, Reginaldo de Castro, recebeu do MST uma pauta de reivindicaçoes mas, segundo ele, nao é suficiente para sustentar a intermediaçao junto ao governo. "Queremos saber os detalhes: com quem o MST quer falar, o quê e quais as condiçoes", exemplifica ele. "É para nao haver mal-entendido", explica Castro.

Na última sexta-feira, o presidente da OAB se reuniu com o ministro Jungmann, que lhe foi explicar o pacote das duras medidas anunciadas pelo governo no campo da reforma agrária. Segundo Castro, o ministro lhe disse que nao se opoe à idéia de que, por meio dele, se convoque alguém da área econômica para sentar e conversar com o MST.

"Acho que está faltando é objetividade por parte do governo em dizer isso posso atender, além disso nao posso", afirma. "Nao penso que é hora de retórica, se é certo ou errado invasao de prédio público', critica Castro.

Embora condene as invasoes dos prédios, o presidente da OAB classificou de "bobagem" e "histeria" afirmar que essas açoes, como argumentou o governo, representam abalo ao estado de direito democrático.

"Os credores externos, que tanto nos sacrificam, sao muito bem recebidos pelo governo. Agora, os credores internos da nossa dívida social, que é muito mais perversa, devem ser tratados de forma mais igual", alfineta o presidente da OAB.




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