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Médicos residentes fazem protesto no Mário Covas
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
03/09/2010 | 07:13
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Médicos residentes se reuniram, na tarde de ontem, em frente ao Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Na ocasião cerca de 50 residentes participaram do ato. Há 17 dias, a categoria decidiu iniciar greve - por tempo indeterminado, em todo o País -, devido a falta de reajuste na bolsa de residência, desde 2002.

A defasagem salarial já chega a 38,7%, segundo a Ameresp (Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo). Além disso, a categoria busca melhores condições de trabalhos - como o cumprimento da jornada de até 60 horas semanais.

"Nossa média semanal é de até 90 horas de trabalho. Além disso, por hora trabalhada recebemos, em média, R$ 6, enquanto um médico recebe R$ 50, no mínimo", enfatiza um médico que preferiu não se identificar, durante o movimento.

O grande problema, apontado pela classe, é que a residência serve como uma extensão do aprendizado - é a pós-graduação do médico. Nesse caso, ele auxilia o médico contratado a atender os pacientes, e isso quase nunca acontece. "Como a demanda é grande e o número de médico contratados é baixo, muitas vezes atendemos sem nenhuma supervisão. Além de não ganharmos para isso, essa conduta está errada", conta o residente.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes, Gerson Salvador, a categoria está em negociação com o MEC (Ministério da Educação) e com o MS (Ministério da Saúde). "O governo ofereceu 20% de reajuste para 2011, porém recusaram a estipular uma data-base para os residentes. Por isso, continuamos em manifesto", conta.

Até o momento, o MEC informou que não irá negociar enquanto a classe estiver em greve. "E nós não vamos normalizar as atividades enquanto não firmarmos acordo", diz.
Salvador conta que, 35% dos atendimentos feitos no SUS (Sistema Único de Saúde) é realizado por médicos residentes. No País a categoria responde por 22 mil, e no Estado de São Paulo, por 7 mil.

No Grande ABC, os atendimentos de emergência/urgência e da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dos hospitais públicos não foram paralisados. "Temos um compromisso social. Não queremos prejudicar os pacientes, só queremos melhores condições, até mesmo por causa do nosso aprendizado. Por isso, contamos com o apoio das prefeituras locais e das faculdades", relata o médico residente que preferiu não se identificar.




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