Com plano definido para atingir os cultivadores de cana-de-açúcar, a Mercedes-Benz foi surpreendida neste ano com a expansão da construção civil e da mineração. Apesar da redução de gargalos permitir o aumento da produção, foram as compras planejadas pelos clientes que permitiram à montadora a liderar as vendas de caminhões pesados.

“O mercado amadureceu. O planejamento foi uma mudança de comportamento muito boa que não achei que pudesse ver no mercado”, afirma o diretor de Vendas de Veículos Comerciais da Mercedes-Benz do Brasil, Gilson Mansur.

Segundo ele, já há vendas previstas para julho do ano que vem, para a safra de cana. O que significa que as listas de espera, que nesse segmento ultrapassaram 60 dias, foram solucionadas pelos próprios clientes.

Mesmo os desprevenidos que tiveram de esperar não sofreram com a cobrança de ágio. “Na década de 1980 até dentista comprava caminhões. Hoje não existe mais esse oportunismo”, observa.

Para Mansur, o aumento da capacidade produtiva, alinhado ao crescimento dos consumidores, também foi um fator que influenciou o amadurecimento do mercado.

Segundo Mansur, a linha de crédito Finame foi a principal alavanca do mercado. O Banco Mercedes-Benz negociou, até outubro, R$ 1,1 bilhão por meio dessa modalidade, o que representa um crescimento de 78% ante o mesmo período de 2006.

PREVISÃO - Gilson Mansur acredita que todos esses fatores continuarão a manter as vendas de caminhões em curva ascendente. “Acho que o PAC fará com que o segmento da construção civil lidere essa expansão”, observa.

A expectativa da indústria é de que as vendas subam entre 7% e 10% em 2008.